O projeto forte, simples e simétrico concentra-se na parte superior da construção e no contorno das janelas, compostos de pedra lavrada
O novo templo do Rio de Janeiro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias conta com uma área total construída de mais 38 mil m² e 2.784 m², além de 47,4 m de altura. Por estar na cidade que é considerada a capital Sul-Americana do Art Déco, todo o projeto, do GSBS de Utah e Modulor Arquitetura e Urbanismo do Brasil e executado por Afonso França Engenharia, teve influência deste movimento.
Essa é a segunda mais alta edificação religiosa da capital carioca, ficando atrás apenas da Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro.
O movimento Art Déco surgiu na Europa nos anos 1920 e influenciou diversas vertentes artísticas. Assim como as demais obras inspiradas pelo estilo, a arquitetura combina um desenho moderno com elementos tradicionais, como artesanato fino e materiais luxuosos, além de receber influência das formas abstratas e geométricas do cubismo e das cores vivas do fauvismo.
A partir dos anos 30, o estilo passou a dialogar com a produção industrial, incorporando materiais como concreto e aço inoxidável e, neste momento, surgiram as obras arquitetônicas icônicas em Nova York, como o Edifício Chrysler, o Rockfeller Center e o Empire State, refletindo a nova linguagem de uma sociedade moderna e tecnológica. A cidade do Rio de Janeiro também se tornou um expoente do movimento, apresentando algumas obras importantes, como o Teatro Carlos Gomes e a Estação Central do Brasil, além da maior escultura do estilo existente até hoje – o Cristo Redentor, marca registrada da capital carioca difundida internacionalmente.
Seguindo esta linha, o Templo do Rio de Janeiro teve todo seu exterior recoberto com granito Branco Ceará, extraído do Nordeste brasileiro, o mais branco e uniforme do País. O projeto forte, simples e simétrico concentra-se na parte superior da construção e no contorno das janelas, compostos de pedra lavrada, representando o tema de arcos em Art Déco, presente também nos padrões geométricos dos vitrais, que tiveram sua seleção de cores inspirada na proximidade da cidade com o oceano, trazendo tons de azul, aqua e roxo contrabalançados com dourado suave.
Os elementos do movimento artístico estão presentes também no interior – como nos candelabros e luminárias suspensas; no acabamento com linhas simples que evocam e reforçam a ideia de superfícies planas; nos balaústres estilizados e na escadaria principal do batistério; no trabalho especializado de carpintaria nas colunas entalhadas; e nos detalhes dos portais e molduras das janelas. Detalhes decorativos na pintura foram feitos na cor prata, com especificidades em cores frias.
Na paginação de piso, sendo o Brasil famoso por sua variedade de pedras, os projetistas buscaram selecionar cuidadosamente esses materiais nas pedreiras locais. Os tapetes vieram da Bentley Mills, na Califórnia, e seus desenhos azuis foram inspirados no oceano, assim como os entalhes no padrão geométrico dos vitrais das janelas. Outro elemento nacional, a madeira de jequitibá, nativa do Brasil, foi utilizada em todo o templo. Os desenhos são simples, a fim de refletir o estilo moderno e simples do edifício e permitir que a beleza natural da carpintaria se destaque.
Por fim, nos extensos jardins, o projeto de paisagismo utilizou a horticultura local e plantas nativas da região. Além de arbustos, flores perenes, trepadeiras e plantas rasteiras. O espaço conta ainda com uma fonte, construída também com granito Branco Ceará e esguichos de bronze branco, com padrão que remete ao encontrado em fontes lavradas em pedra e na arte dos vitrais.
Fonte: Assessoria Comunique-se
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