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SELANTES DE SILICONE EM INSTALAÇÕES DE ACM E COLAGENS ESTRUTURAIS DE VIDRO

Foto do escritor: Johnny Vieira De Souza, arquitetoJohnny Vieira De Souza, arquiteto

*Por Johnny Vieira de Souza – responsável pelo departamento de projetos da Projeto Alumínio, arquiteto e professor universitário, e Gouveia Júnior, consultor master Dfix, GE e Sika


Reprodução: Projeto Alumínio

Frederic Stanley Kipping, químico inglês (1863 – 1949) foi pioneiro nas pesquisas de polímeros de silício, ajudou a sintetizá-lo e nomeou o produto em 1901. O silicone, cujo elemento principal é o silício, que junto com o oxigênio, é constituído o núcleo químico inorgânico, tem em sua aplicação a excelente capacidade de flexibilidade, sendo resistente aos raios ultravioletas (UV) do sol e à chuva, vento, frio, calor, oxidações, entre outras condições.


Muito utilizado na construção civil, os selantes, assim como diversos materiais, sofreram escassez de matéria-prima durante a pandemia. A China, maior país processador do óleo base, passou por dificuldades na produção e a oferta no mercado diminuiu, o que gerou a falta do produto, que ainda não foi totalmente restabelecida.


Os selantes à base de silicone servem tanto para selagens (ex: juntas de dilatação do ACM em fachadas vedadas), como também para fixação de substratos (ex: fachadas de pele de vidro – structural glazing). A Projeto Alumínio tem em seu portfólio silicones para as duas ocasiões e trabalha com dois dos maiores fabricantes do Brasil: Sika e Momentive GE, que buscam constantemente por tecnologia e inovações, como produtos que não exultam óleo.


Assim como qualquer outro produto de cunho técnico, o silicone deve ser adquirido e instalado por profissionais capacitados, observando condições de instalação associadas à atmosfera, região, altura de instalação e o tipo de produto adquirido. A Projeto Alumínio trabalha com silicones neutros (com variedade de cores) e estruturais (preto), sendo comercializados em cartuchos, sachês ou tambores (kits estruturais). Em caso de dúvidas relacionadas ao processo de aplicação ou especificação do produto, o instalador poderá entrar em contato com a equipe técnica da Projeto Alumínio.


Os selantes são utilizados para vedar juntas ou aberturas entre dois substratos, onde o papel principal é impedir que a água ou outras substâncias adentrem na estrutura. Eles suportam a movimentação de ambas as partes, muitas vezes selam a passagem de gases.


Os selantes acéticos são utilizados, na maioria dos casos, em ambientes úmidos ou que apresentam algum contato com água, e não são recomendados para aplicação sobre superfícies metálicas sem acabamento ou substratos cimentícios. Para o ACM, os selantes neutros são indicados, e podem ser encontrados com cura alkoxy (menos comum devido a liberação de metanol no processo de cura) e oxímica (facilmente encontrado em lojas de materiais de construção, liberando a oxima na cura). A maioria dos selantes utilizados no Brasil são considerados RTV (Room Temperature Vulcanizing) ou seja, produtos de vulcanização à temperatura ambiente.


É importante salientar que no momento da compra, o cliente deve verificar junto ao fabricante o respaldo técnico do produto oferecido. O investimento com selante é baixo, em relação ao custo total por metro quadrado da fachada, ou seja, economias neste tipo de produto poderão custar caro no futuro.


Atualmente, no mercado brasileiro, há diversos selantes de baixa qualidade sendo comercializados, a utilização destes produtos, com o passar do tempo, ocasionam problemas nas edificações relacionados a desbotamento, fissuras e até esfarelamento.


Outra situação facilmente encontrada nas instalações de fachadas com ACM é a utilização de selantes Poliuretano (PU), que não são eficientes na vedação de fachadas devido a pouca resistência a intempéries, porém apresentam uma vantagem se comparado ao silicone neutro, ele pode ser pintado.



O silicone neutro é um dos acessórios de instalação do ACM em sistemas de fachadas vedadas e atende perfeitamente as selagens das juntas de dilatação. Ao utilizar silicone nas fachadas de ACM, é importante sempre seguir as regras abaixo:

  • Sempre utilizar silicone de cura neutra, jamais utilizar silicone acético;

  • A proporção de aplicação do silicone nas juntas de dilatação do ACM deve ser considerada sempre a proporção de 2X a largura em relação a profundidade, sendo a profundidade mínima 4mm (figura 01);

  • O silicone neutro não adere ao núcleo do ACM (FR II-A ou LDPE IV-A), portanto, em todas as juntas deve haver usinagem de topo no ACM (figura 01);

  • A aplicação do silicone neutro deve sempre permitir a movimentação do produto na expansão térmica, ou seja, deve ser aderido somente a duas superfícies e jamais em três. Em juntas com ACM tipo bandejas deve-se utilizar o tarucel (evita o contato com a terceira superfície), em juntas de ACM tipo coladas, deve-se colocar uma fita antiaderente no fundo para evitar o contato com a terceira superfície (figura 01);

  • Nunca aplicar o silicone em altas temperaturas ou com a superfície muito quente, pois pode ocasionar deformações no processo de cura, tendo a estética prejudicada;

  • Sempre limpar com álcool isopropílico as áreas em que serão aplicadas o silicone;

  • Aguardar a cura total do produto, antes de movimentar as peças.


COLAGENS ESTRUTURAIS


A colagem estrutural de vidro nas fachadas (structural glazing) deverá ser realizada com base em um processo que é iniciado através da obtenção de informações específicas da obra, que deverão ser preenchidas por meio de formulário, sendo: localização; tamanho, tipo e espessura dos vidros; e tipo de perfil e acabamento. Na etapa posterior, é exigido o envio dos vidros, perfil e espaçador para o fabricante do produto realizar análises em laboratório, atendendo a NBR15737, além de ensaios e acompanhamentos específicos. É importante ressaltar que o acompanhamento das colagens deverá ser realizado pelo fabricante ou distribuidor para garantir e certificar a mão de obra junto aos procedimentos exigidos.


Um dos principais problemas apontados por instaladores é o tempo de cura dos silicones estruturais (de 7 a 10 dias), a demora gera desconforto e problemas de espaço físico nas empresas que realizam a mão de obra. Para sanar esta dificuldade, fabricantes desenvolveram produtos que aceleram o processo e reduzem o tempo para até um dia e, em alguns casos, sem a utilização do primer.


Trabalhadas cada vez mais por arquitetos, as fachadas de vidro têm tido crescente utilização no mercado mundial. Neste tipo de construção, o sistema stick é o mais comum, é um sistema no qual é realizado com base em etapas e montado peça a peça. Devido o porte e a agilidade de montagem, em grandes obras, atualmente o sistema unitizado é o mais utilizado, neste sistema a montagem é em módulos, aplicando o vidro em conjunto com o ACM (em alguns casos) e depois de prontos, são içados para serem instalados.


Fonte: Projeto Alumínio


*Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade dos respectivos autores e podem não interpretar a opinião da revista. A publicação tem o objetivo de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do mercado, com foco na evolução da indústria de esquadrias e vidro.

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