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PAGINAÇÃO DE PAINÉIS DE ACM: COMO MANTER O TAMANHO DOS MÓDULOS DENTRO DOS REQUISITOS TÉCNICOS

*Por Johnny Vieira de Souza – responsável pelo departamento de projetos da Projeto Alumínio, arquiteto e professor universitário


A paginação dos módulos de ACM talvez seja um dos principais assuntos discutidos entre o proprietário da obra e o instalador. Como atributo estético, geralmente, os arquitetos responsáveis pelo projeto das fachadas optam por paginação com módulos grandes e juntas estreitas, a fim de dar maior amplitude ao material e evitar a marcação visual das juntas de dilatação.


Módulos grandes com juntas estreitas é uma tendência do mercado de revestimentos em geral, mas para se obter resultados satisfatórios no revestimento de fachadas com ACM é necessário observar diversos fatores técnicos que devem ser acompanhados por um consultor (especialista no assunto) para evitar perda de garantia e outros problemas.


Uma questão importante que cabe salientar é que a paginação do ACM deve ser definida baseada primeiramente em atributos técnicos, para que sejam alcançados os atributos estéticos desejados. 


FATORES TÉCNICOS IMPORTANTES PARA DEFINIR A PAGINAÇÃO


  • PERDA

A perda é um dos principais fatores para definir uma paginação, principalmente porque envolve diretamente fatores financeiros. Quanto maior a perda, mais cara a fachada ficará e maior será o resíduo gerado.


Para evitar grandes perdas, a principal dica é definir as medidas fixas da fachada avaliando as condições de fabricação dos painéis de ACM. Por regra, as chapas de ACM para revestimentos de obras são fabricadas através de bobinas com larguras definidas, que no mercado brasileiro tem medidas de 1250 ou 1500 mm (é possível obter outras larguras mediante lote mínimo de produção e prazos mais extensos por não se tratar de medida padrão). No comprimento, a medida padrão é 5000 mm, mas para obras de grande porte, são fabricados painéis de medidas especiais não superiores a medida padrão. (saiba mais aqui)


  • SISTEMA DE INSTALAÇÃO

O método de instalação é um fator importante para definir a medida final do módulo, pois cada método necessita de um comprimento de aba diferente para fixação do módulo na estrutura. Sistemas de bandeja ventilada, geralmente têm abas de 50 a 70 mm, já o sistema de bandeja colada possui abas com variáveis de 20 a 40 mm, no sistema colado, as medidas para ambas variam de 4 a 20 mm.


  • ÁREA MÁXIMA DO MÓDULO

A área máxima do módulo é outro fator fundamental para definir a paginação. De modo simplificado, a regra é, quanto mais espessa as lâminas de alumínio e a chapa for, maior poderá ser o módulo na fachada.


Então, o tipo de material adquirido, se for diferente do especificado em projeto, poderá sofrer alterações na paginação ou adaptações com reforços de bandejas. É importante salientar que a regra é para módulos instalados em paredes, ou seja, instalações em forros tendem a ter reforços ou ter dimensões menores devido os fatores de gravidade, que faz a chapa ter que sustentar o seu próprio peso.


É importante ressaltar que instalações com painéis com núcleo FR devem ter atenção especial, pois estas chapas pesam em média 30% a mais que as de núcleo comum (LDPE). (saiba mais aqui)


  • ESPECIFICAÇÕES DA EDIFICAÇÃO

A altura de instalação do módulo na fachada é um fato importante a ser considerado, assim como a localização geográfica da edificação. Cada região do país tem características de velocidade de ventos diferentes, assim como predominância de sentido (isopletas dos ventos). Obras altas com módulos grandes necessitam de orientação técnica (consultor) para verificar as condições do projeto / instalação e a necessidade de adequações. Outros fatores que contribuem são: a topografia (nível altimétrico) e o entorno imediato a edificação (se existem outros prédios do mesmo porte ou não). 


POSSÍVEIS PROBLEMAS OCASIONADOS PELO MAU DIMENSIONAMENTO 


Os fatores relacionados acima impactam diretamente no tamanho dos módulos e servem para evitar diversos problemas, dentre eles:


  • FALTA DE PLANICIDADE DOS MÓDULOS

É um dos problemas mais apontados em fachadas mal instaladas. Geralmente este problema tem consequências somente de cunho estético e em determinados horários do dia (de maior temperatura).


  • DEFORMIDADE DOS MÓDULOS NAS EXTREMIDADES (PRÓXIMO ÀS JUNTAS)

É um problema que pode ser de ordem estética, mas em casos mais graves pode ser de ordem técnica e ocasionar até o desprendimento do módulo. Esta situação ocorre pelo mau dimensionamento da junta de dilatação ou pelo travamento do painel impossibilitando-o de ter folgas para dilatação. (saiba mais aqui)


  • QUEBRA DA ABA DO MÓDULO POR STRESS (EM MÉTODOS DE INSTALAÇÃO POR BANDEJAS) OU DESPRENDIMENTO DO MÓDULO

Este problema pode ser ocasionado pela junção de duas condicionantes, sendo: i) usinagem com ferramentaria mal afiada ou com profundidade errada e ou ii) módulo muito maior que o suportável pela usinagem da aba. Esta situação pode trazer graves consequências para a fachada, sendo a pior delas, o desprendimento do módulo pelo rompimento da usinagem da aba, ocasionando a queda do ACM, efeito similar ao ocasionado em 2023, durante um ciclone extratropical em um edifício comercial de São Paulo, capital. Naquele caso também houve o desprendimento de parte da subestrutura. (saiba mais aqui)



Ed. Comercial The One – Belo Horizonte MG

Fotos: Glauco Lúcio / Jomar Bragança


*Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade dos respectivos autores e podem não interpretar a opinião da revista. A publicação tem o objetivo de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do mercado, com foco na evolução da indústria de esquadrias e vidro.


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