O ERRO FATAL NAS INSTALAÇÕES DE ACM: Por Que Evitar Aço na Subestrutura
- Johnny Vieira De Souza, arquiteto

- 10 de out.
- 4 min de leitura
*Por Johnny Vieira de Souza – Consultor de ACM, responsável pelo departamento de projetos da Projeto Alumínio, diretor técnico da Móduly Solutions, arquiteto e professor universitário.
A beleza e a durabilidade de fachadas e revestimentos em ACM (Aluminum Composite Material) dependem fundamentalmente de uma instalação bem executada, e um dos pilares dessa execução é a escolha e o dimensionamento da subestrutura. Este artigo explora a razão pela qual o alumínio é o material mais indicado para essa finalidade, os riscos de alternativas como o aço, e como integrar diferentes materiais em projetos de grande porte, garantindo a longevidade e a estética impecável da sua obra. A subestrutura de alumínio é um elemento fundamental no sistema construtivo do ACM. Independentemente do sistema de instalação do ACM, o revestimento não deve ser instalado sem ela.

Subestrutura para Instalação de ACM: Por Que o Alumínio é a Escolha Ideal?
Ao planejar a instalação de chapas de ACM, a subestrutura sobre a qual o material será fixado é um dos elementos mais críticos para garantir a durabilidade, segurança e estética do projeto. Embora existam diversas opções no mercado, a subestrutura de alumínio é, sem dúvida, a única verdadeiramente indicada para a instalação de ACM.

Alumínio: A Combinação Perfeita com o ACM
A principal razão pela qual o alumínio se destaca é sua compatibilidade intrínseca com o ACM. Ambos os materiais são ligas de alumínio, o que significa que possuem coeficientes de dilatação térmica semelhantes. Essa característica é crucial: em face das variações de temperatura, o ACM e a subestrutura de alumínio se expandirão e contrairão de forma parecida, minimizando as tensões e prevenindo deformações, empenamentos ou até mesmo falhas na fixação ao longo do tempo.
Além disso, o alumínio é leve, o que facilita o manuseio e a instalação, e altamente resistente à corrosão, garantindo uma vida útil prolongada mesmo em ambientes agressivos. Sua versatilidade permite a criação de perfis específicos que otimizam o sistema de fixação do ACM, seja ele por meio de bandejamento, fitas dupla face, rebites ou parafusos. É importante ressaltar que, em sistemas que utilizam bandeja e ancoragens da subestrutura de alumínio, as cantoneiras dos quadros de ACM também devem ser de alumínio, mantendo a uniformidade térmica e evitando problemas de compatibilidade.
Os Riscos do Aço e Aço Galvanizado
Apesar de frequentemente utilizados em instalações menores ou de comunicação visual, as estruturas de aço ou aço galvanizado não são indicadas para a instalação de ACM em longo prazo. O principal problema reside na diferença acentuada nos coeficientes de dilatação térmica entre o aço e o alumínio. Em dias quentes, o alumínio se expande mais do que o aço, e em dias frios, contrai mais. Essa movimentação diferencial constante pode levar a:
Deformações e ondulações nas chapas de ACM.
Falha dos pontos de fixação, como rebites e parafusos, devido à fadiga do material.
Problemas estéticos, comprometendo o acabamento final do projeto.
Redução drástica da vida útil da instalação.

Embora o aço galvanizado ofereça alguma proteção contra a corrosão, ele não resolve a questão da dilatação térmica, e a própria camada de zinco pode ser danificada ao longo do tempo, expondo o aço e levando à corrosão (leia mais aqui).
Soluções para Grandes Obras: A Integração Estratégica e a Prevenção da Corrosão
Em projetos de maior porte, com grandes avanços ou longos espaçamentos entre pilares, onde a estrutura principal de alumínio poderia se tornar excessivamente robusta ou inviável, a solução ideal é a utilização conjunta de aço e alumínio. Nesses casos, a estrutura de aço pode atuar como a estrutura principal, suportando as cargas maiores e vencendo os vãos mais extensos.
No entanto, mesmo nesses cenários, a subestrutura de alumínio permanece essencial como elemento auxiliar. Ela será responsável por realizar as correções de prumo e nível, criando a superfície perfeitamente plana e alinhada na qual as chapas de ACM serão fixadas.
É crucial, porém, ter uma atenção especial à interação entre o aço e o alumínio. Em contato direto, esses dois metais podem gerar um fenômeno conhecido como corrosão galvânica ou por contato. Para evitar esse problema grave, que pode comprometer a integridade de toda a estrutura, é indispensável utilizar uma fita isolante entre as superfícies de aço e alumínio onde houver contato. Essa fita, geralmente de material não condutivo, cria uma barreira que impede a troca de elétrons entre os metais, prevenindo o processo corrosivo.
Dessa forma, garante-se que o ACM esteja sempre apoiado sobre uma estrutura com o mesmo coeficiente de dilatação térmica, e que a junção entre os diferentes materiais seja protegida, assegurando um acabamento impecável e a longevidade da fachada ou revestimento.
Conclusão
A escolha da subestrutura para instalações de ACM é um fator decisivo para o sucesso e a durabilidade do projeto. Priorizar o alumínio não é apenas uma recomendação, mas uma necessidade técnica que assegura a compatibilidade térmica e a resistência à corrosão, elementos cruciais para a longevidade do material.
A subestrutura de alumínio é um componente indispensável, e o revestimento em ACM não deve ser instalado sem ela, independentemente do sistema. Além disso, a uniformidade do material deve ser estendida às cantoneiras dos quadros em sistemas de bandeja.
Em situações onde a estrutura principal de aço se faz necessária, a integração com uma subestrutura auxiliar de alumínio, aliada à prevenção de corrosão galvânica por meio de fitas isolantes, garante a integridade da obra. Investir na subestrutura correta significa proteger seu investimento e assegurar que a beleza e funcionalidade do ACM perdurem por muitos anos.
*Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade dos respectivos autores e podem não interpretar a opinião da revista. A publicação tem o objetivo de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do mercado, com foco na evolução da indústria de esquadrias e vidro.




