*Por Rivonio Cordeiro, consultor de esquadrias e CEO na CSA Consultoria e Engenharia
O mercado brasileiro de esquadrias vive uma constante evolução. Periodicamente, as empresas sistemistas fazem atualizações e melhoram as performances de seus produtos, mas nem sempre foi assim. Havia um tempo em que o mercado brasileiro de esquadrias era apenas “mais do mesmo”, os sistemas de esquadrias eram apenas fruto do desenvolvimento de projetos que já existiam. Tinha uma melhora aqui, outra ali, mas nada que fizesse a diferença verdadeiramente no produto final e na vida do cliente.
Somente a partir do ano de 2013, na ocasião da validação da norma de desempenho ABNT NBR 15.575 – Edificações habitacionais - Desempenho, houve uma maior preocupação dos sistemistas para melhorar os sistemas de maneira tal que fossem capazes de atender aos requisitos da norma NBR 15.575 parte 4, que trata do desempenho dos sistemas de vedação internos e externos.
Neste momento da história das esquadrias de alumínio no Brasil há uma transformação ocorrendo. Não somente na performance dos produtos, mas também na forma de abordagem e apresentação dos produtos. Antigamente os produtos eram conhecidos apenas com a sua marca própria e suas “bitolas” de esquadrias. Eram denominadas linhas de esquadrias. Hoje as famosas “linhas” passam a ser chamadas de sistemas de esquadrias.
Mas esta mudança não se trata apenas de uma “jogada” de marketing das empresas. A discussão sobre a denominação das esquadrias de alumínio no mercado brasileiro, entre linha de esquadrias e sistema de esquadrias, reflete nuances técnicas, comerciais e de projeto que são importantes tanto para os profissionais da área quanto para os consumidores.
LINHA DE ESQUADRIAS
Quando falamos em linha de esquadrias, geralmente estamos nos referindo a uma série ou conjunto de esquadrias que compartilham características de design, perfis, acessórios e possivelmente métodos de instalação. Esta terminologia pode enfatizar mais a estética e a uniformidade visual entre os diferentes tipos de esquadrias (janelas, portas, portões, etc.) dentro de uma mesma gama de produtos. A escolha por uma linha pode ser baseada em critérios como estilo arquitetônico, custo-benefício, e aspectos funcionais específicos desejados em um projeto.
SISTEMA DE ESQUADRIAS
Por outro lado, o termo sistema de esquadrias tende a enfatizar a integração funcional e o desempenho técnico das esquadrias como um todo. Isso inclui não apenas a aparência, mas também a forma como as esquadrias contribuem para a eficiência energética do edifício, o isolamento acústico, a vedação contra água e ar, e a segurança. Um sistema de esquadrias sugere uma abordagem mais holística, onde os componentes são projetados para trabalhar juntos de maneira otimizada, atendendo a normas técnicas específicas e proporcionando soluções completas para as necessidades de um projeto.
DISCUSSÃO ATUAL
A escolha entre esses termos pode influenciar a percepção do produto pelo mercado. A denominação sistema de esquadrias pode comunicar uma proposta de valor focada na qualidade, inovação e desempenho técnico, sugerindo uma solução integrada que atende a requisitos de projeto mais complexos ou específicos. Já a linha de esquadrias pode ser percebida como uma opção mais flexível, com variedade estética e adaptabilidade a diferentes estilos e orçamentos.
Em resumo, a discussão entre usar linha ou sistema reflete diferentes ênfases no marketing e na comunicação de produtos, podendo impactar na decisão de arquitetos, construtores e consumidores finais. Enquanto linha pode evocar variedade e estilo, sistema sugere integração e desempenho. A escolha entre esses termos pode depender do foco do fabricante ou fornecedor, bem como dos objetivos e requisitos específicos do projeto em questão.
*Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade dos respectivos autores e podem não interpretar a opinião da revista. A publicação tem o objetivo de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do mercado, com foco na evolução da indústria de esquadrias e vidro.
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