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Equipe Contramarco

USANDO VIDRO COLORIDO PARA REALÇAR PROJETOS DE ARQUITETURA

*Por Emanuelle Ormiga, sob supervisão da profissional habilitada Stephanie Fazio


Reprodução: Arch Daily

Com capacidade de provocar efeitos visuais fascinantes, os vidros coloridos são alternativas para a composição de projetos com assinaturas únicas. Devido à ampla oferta de cores disponíveis, a utilização do vidro colorido na arquitetura está cada vez mais presente, sendo aplicada para satisfazer necessidades diversas, sem deixar de prezar pela segurança dos usuários.


Usado por artesãos em todo o mundo por milhares de anos, o vidro colorido é uma das formas de arte mais antigas. Suas origens datam do século VII, quando janelas coloridas começaram a adornar igrejas, catedrais e conventos – geralmente representando símbolos religiosos e histórias bíblicas. Eles se expandiram para mesquitas e palácios islâmicos durante o século VIII, e na Idade Média podiam ser encontrados em inúmeras igrejas em toda a Europa.


Enredados trabalhos em vidro atingiram o esplendor máximo nos edifícios monumentais do período gótico, resultando em vitrais gigantes e elaboradas com figuras, padrões e geometrias extremamente complexas. No entanto, hoje em dia isso já não é exclusivamente reservado para locais de culto proeminentes ou estruturas antigas. De mãos dadas a métodos inovadores de produção e novas tecnologias, o vidro colorido retornou na arquitetura contemporânea, embelezando edifícios com seus toques ousados e animados.


A EVOLUÇÃO NA FABRICAÇÃO DE VIDRO COLORIDO


Ao longo dos anos, o vidro colorido evoluiu em sua aparência, mudando de formas detalhadas, tradicionais e um tanto antiquadas para desenhos simples, minimalistas e elegantes que se encaixam em uma estética moderna. Mas, além de qualquer alteração visual, também mudou em sua manufatura. Os primeiros a experimentar com vidro não tinham controle sobre sua cor, mas acabaram aprendendo que adicionar certas substâncias à mistura derretida resultaria em tons diferentes quando resfriada. Este foi o começo dos vitrais, mas certamente não é a única maneira de incorporar cores.


Essencialmente, a tonalidade é alcançada com a introdução de óxidos metálicos ou pós de metal no vidro. Cada íon metálico absorve certos comprimentos de onda da luz, o que significa que o vidro assume um tom específico, dependendo do tipo de metal. Enquanto o óxido de cobalto cria um azul profundo, o cloreto de ouro resulta em um rubi vermelho e o óxido de urânio em um tom verde-amarelo fluorescente, e assim por diante. Ao contrário dos tempos antigos (e graças à química moderna), o processo é bastante preciso e calculado, tornando praticamente todas as cores atingíveis e facilitando a produção em massa. De fato, agora é possível criar efeitos especiais com cores. O vidro irisado e dicróico, por exemplo, é feito com camadas finas de óxidos, enquanto o primeiro cria um efeito de arco-íris, o segundo exibe tons diferentes, dependendo do ângulo de visualização ou das condições de iluminação.


Outro método de coloração envolve o uso de um filme colorido. O material fino é geralmente feito de tereftalato de polietileno (PET), uma resina polimérica termoplástica da família de poliéster e pode ser instalada profissionalmente ao interior ou exterior de uma superfície de vidro. Quando se trata de vidro laminado – usado em muitas aplicações arquitetônicas por sua resistência –, é comum incorporar uma camada intermediária de polivinil butiral (PVB) entre os painéis de vidro. Isso não apenas serve como proteção mantendo vidro quebrado no lugar em caso de quebra, mas também oferece possibilidades estéticas e criativas diversas. Graças às modernas tecnologias entre camadas, os sistemas de PVB vêm em milhares de cores, espessuras e transparências, adicionando uma aparência animada a qualquer vidro laminado.


Reprodução: Arch Daily

COMO É FEITO O VIDRO COLORIDO


É importante saber como são obtidos vidros coloridos, pois as técnicas utilizadas agregam vantagens distintas às estruturas onde são instalados. Atualmente o mercado fabrica e disponibiliza modelos de vidro colorido fabricados a partir de três técnicas principais. Veja abaixo:


– Vidros serigrafados: A serigrafia é a técnica mais popular, tanto que o termo costuma ser utilizado para se referir à toda a categoria de vidros com cores disponíveis. O vidro serigrafado pode ser pintado a quente ou frio e receber desenhos, listas, detalhes, formas geométricas, etc. Nessa técnica o vidro recebe uma pigmentação especial deposta sobre uma de suas superfícies. Essa tinta cria uma película que dificulta arranhões e impede a passagem de luz e a visualização através de si – por esse motivo são utilizados em ambientes privativos.


– Vidro laminado colorido: Ainda falando sobre como obter vidros coloridos, esse modelo é alcançado graças ao uso de PVB com cores em sua composição. Dessa forma, a fabricação do vidro colorido laminado segue a mesma técnica utilizada na fabricação dos laminados tradicionais, com a diferença da película interlayer, que pode receber diferentes cores e tonalidades.


Esse tipo de vidro com cores vem sendo amplamente utilizado, pois junto da laminação é possível atribuir outros benefícios ao vidro, como bloqueio de parte da radiação e calor, utilização de elementos que barram ruídos, instalação de vidro duplo, etc. Além de tudo, o vidro com PVB colorido pode ser alternativa para enriquecimento da estética das estruturas que exigem vidros de segurança conforme as normas da ABNT.


Reprodução: Arch Daily

Vidro colorido na massa: A técnica de colorir vidro na massa é tradicional e não poderia ficar de fora do nosso artigo sobre como produzir vidros coloridos. Os modelos mais populares – fumê ou bronze – costumam participar de projetos que desejam imprimir ares de seriedade e imponência – como salas de diretoria – ou precisam diminuir a oferta de luz nos locais – como quartos ou salas.


Nesse método de fabricação o vidro recebe sua coloração diretamente em sua massa, a partir da adição de óxidos que exercem a função de pigmentos. Sendo assim, é válido destacar que além dos modelos populares (fumê e bronze), é possível alcançar vidros coloridos na massa diversos, como: amarelo, azul, branco, vermelho, violeta, dentre outros.


VALOR FUNCIONAL E ESTÉTICO


Independentemente do método de coloração, o vidro colorido oferece benefícios funcionais e estéticos, o que explica seu retorno como uma tendência de design contemporânea. Por um lado, permite mais privacidade do que o vidro transparente tradicional, reduz o brilho, absorve o calor e pode bloquear os raios ultravioleta prejudiciais – traduzindo-se em maior eficiência energética. PVB coloridos em vidro laminado, por exemplo, podem reduzir os raios UV em 99%, diminuindo as contas de aquecimento e resfriamento por uma quantidade significativa e protegendo os móveis contra danos. Tudo isso, mantendo as vantagens inerentes ao vidro, como sua transparência, reciclabilidade, resistência ao clima e capacidade de adotar formas complexas.


Reprodução: Arch Daily

Por outro lado, o valor estético do material é bastante evidente. Como uma forma de arte versátil e personalizável, o vidro colorido permite que a luz seja filtrada em um espaço através de tons impressionantes de cor, criando sombras e padrões atraentes que adicionam um toque único a qualquer espaço. Com uma quantidade equilibrada de cor (muito pode ser esmagadora), o vidro pode criar ambientes dinâmicos e divertidos que comprovadamente melhoram o humor dos usuários e evocam respostas emocionais, como sentimentos de alegria, otimismo, calma ou energia. Isso pode embelezar até os espaços mais simples, intensificando seu design e arquitetura com tons vívidos.


As possibilidades criativas oferecidas pelo vidro colorido são muitas, de combinações simples e sutis para configurações minimalistas, a exibições impressionantes e intrincadas para declarações de design mais ousadas. Também pode ser usado em uma ampla gama de aplicações arquitetônicas, incluindo janelas, balaustradas, divisórias e fachadas que certamente causam uma impressão poderosa (e colorida).  


Reprodução: Arch Daily

Fonte: Arch Daily e Arch Glass


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