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MARITACAS ENFEITAM FACHADA DE PRÉDIO NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

Saiba quais são as principais suposições dos especialistas para o fenômeno



Uma fachada enfeitada de pontos verdes, quando vista de baixo, observando mais de perto é possível ver que são as aves popularmente conhecidas como maritacas, o Periquitão Maracanã. Essa aglomeração diária acontece às 5h30 e às17h na fachada de um edifício no Tatuapé, também conhecido como "prédio das maritacas", localizado no bairro da Zona Leste de São Paulo.


Segundo moradores do prédio, esse fenômeno acontece há 25 anos e atrai pessoas até o local só para assistir. O professor de educação física Bruno Henrique Pereira Moreno mora no prédio com a família há mais de 10 anos e desde que se mudou convive com essa companhia diária. “No começo, o barulho incomodava um pouco e, às vezes, acordávamos cedo com o som delas. Mas, com o passar do tempo, nos habituamos e tem dias que elas passam despercebidas”, disse ao portal G1.


As maritacas são aves da família dos psitacídeos, um conjunto que inclui também papagaios, araras e periquitos. “Diversas famílias de aves ocorrem nas cidades. Algumas espécies são mais sensíveis e outras demonstraram uma capacidade maior de adaptação. De uma forma geral, psitacídeos precisam que o ambiente tenha um abrigo para passarem a noite e repousarem, alimentos e cavidades para nidificação”, explicou Raquel Colombo, bióloga, ainda ao site.


POR QUE ESSA FACHADA?


Uma suposição para as aves estarem na estrutura do prédio é a chamada geofagia: o consumo de terra com o objetivo de reduzir o impacto de outros alimentos que a espécie tenha ingerido. “Há relatos de bandos de psitacídeos se aglomerarem em barrões nas margens de rios e em morros, a fim de comer argila para melhorar a nutrição deficiente em minerais e também para neutralizar toxinas de algumas plantas que se alimentam”, explicou ao G1 Fábio Ferrão Videira, biólogo Presidente do Centro de Estudos Ornitológicos (CEO).


Contudo, mesmo com as aves bicando os tijolos a ausência de danificações na estrutura do prédio sugere que elas não estão removendo e comendo argila para sua nutrição. O zelador Dailton Rocha conta que a cada três anos é feita manutenção com aplicação de resina, conforme o site Verde SP.


A ausência de áreas florestais também pode ser um motivo para a “adoção” do edifício como um ponto de descanso. “O atrativo dessas aves pelo prédio em questão, pode estar relacionado também pela estrutura arquitetônica, a qual permite o descanso de um grupo numeroso de aves ao mesmo tempo, colaborando com o instinto social dessa espécie”, afirmou Videira ao portal, reforçando que os sulcos na estrutura fazem com que as aves consigam se apoiar sem esforço.


Segundo Raquel, as maritacas também podem pousar na fachada para roer e esfregar o bico, um comportamento desenvolvido para afiar a ponta da mandíbula e deixá-la em boas condições para a captura de alimentos.


Pesquisadores acreditam ainda que as palmeiras plantadas na frente do prédio possam funcionar como um dormitório coletivo para essas aves. Esse ambiente pode ter sido escolhido por estar próximo de um local em que encontrem alimento fácil, na manhã seguinte.


Aos moradores locais, a barulheira se tornou música e as visitantes transformaram-se em moradores oficiais. “A gente se sente próximo da natureza quando elas chegam, é algo que se tornou parte da rotina. É uma chance diária de ter a natureza literalmente na sua janela”, disse Bruno Henrique ao G1.


Reprodução: Verde SP

Fontes: G1 e Verde SP


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