Humberto Belo Vieira, sócio proprietário da Formato Esquadrias Indústria Comércio e Serviços, e a Afeal explicam as etapas. Veja também um passo a passo da instalação
*Por Stephanie Fazio
Ao projetar uma obra comercial, residencial, industrial ou institucional, o arquiteto define os vãos e o tipo de esquadria. A construtora contrata uma empresa fabricante de esquadrias especiais e o processo envolve as etapas de projeto dos caixilhos, produção e instalação.
Especialmente nas obras comerciais e institucionais, a construtora contrata, também, um consultor de esquadrias de alumínio para o desenvolvimento do projeto e acompanhamento da produção e instalação. É desejável que a construtora em parceria com o fabricante realize testes com protótipo da esquadria desenvolvida. A Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) vem promovendo no mercado, há anos, a cultura dos ensaios, conforme a entidade.
Já as esquadrias padronizadas são produzidas em escala, obedecendo a diversos modelos, de acordo com o catálogo de cada fabricante. Sua distribuição ocorre através das lojas de materiais de construção e redes. Ou, ainda, podem ser adquiridas pelas construtoras, principalmente de edifícios residenciais. Porém, devem sempre obedecer aos critérios de desempenho das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Humberto Belo Vieira, sócio proprietário da Formato Esquadrias Indústria Comércio e Serviços, de Sorocaba (SP), menciona a norma ABNT NBR 10821, que trata de esquadrias para edificações e determina o desempenho que as portas e janelas externas e internas deverão apresentar quanto a permeabilidade ao ar, estanqueidade à água, resistência às cargas uniformemente distribuídas e resistência às operações de manuseio. A norma ABNT NBR 14.718 de Guarda-Corpos para Edificação estabelece as medidas ideais para diversas situações que se encontra a obra e auxilia na execução de projetos. Um dos requisitos que garante a segurança dos usuários é a altura mínima de 1,10 m.
Já a norma NR 35, também lembrada por ele, estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, quando o tipo de serviço for executado com, pelo menos, 2m acima do nível inferior e apresentar risco de queda de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente.
Para Humberto, o processo de fabricação de uma esquadria de alumínio se inicia no momento em que a empresa visita o local, observa o ambiente em que o caixilho será instalado e qual tipologia é a mais adequada.
“Por exemplo, se for um dormitório, o mais comum é colocarmos uma janela veneziana de correr com três folhas, sendo uma folha ventilada, uma folha sem ventilação e uma folha com vidro”, comenta o profissional. Depois de escolhida a tipologia, a empresa separa os perfis e faz o corte com as medidas previamente calculadas e inicia o processo de usinagem, que consiste em fazer as furações e encaixes nos locais necessários para colocação dos componentes. Na etapa seguinte, efetua a montagem e colocação do vidro, que pode ser comum de várias espessuras, laminado, temperado, entre outros. A escolha do vidro tem que ser tecnicamente criteriosa, pois cada ambiente exige um modelo para não criar um ambiente de risco.
No processo de fabricação, a empresa utiliza máquinas de corte, que existem em diversos modelos, cada uma com sua capacidade de produção, pantógrafos para usinagens, furadeiras e parafusadeiras pneumáticas para montagem e, se for uma grande produção, até centros de usinagens.
Na opinião de Humberto, a fabricação de esquadrias é uma atividade que requer cuidado, segurança e, principalmente, zelo. “Temos que fabricar esquadrias observando cada detalhe técnico, pensando sempre em satisfazer e atender as expectativas dos nossos clientes, principalmente porque muitos desses estão realizando um sonho, que é o de ter uma casa ou apartamento. Os fabricantes de esquadrias estão tendo a honra de contribuir para que esse sonho se realize”, diz.
COMPONENTES INDISPENSÁVEIS NAS ESQUADRIAS
Reprodução: Formato Esquadrias Indústria Comércio e Serviços
“Hoje estamos mudando o conceito de acessórios para componentes, isto porque, a palavra acessório nos traz a conotação de opção, como fazemos em um carro ou em uma roupa, já na esquadria, todos os componentes devem ser colocados e cada um tem sua característica e função específica”, analisa Humberto.
Ele cita como exemplo o vedador superior e a caixa de dreno, que servem para barrar a entrada de vento por baixo e por cima das folhas. Os batedores laterais são presos no marco superior e inferior e protegem para que as folhas não batam nos marcos e deixem livre os fechos ou puxadores no momento de fechamento.
O sócio proprietário explica que as roldanas servem para que as folhas deslizem suavemente nos trilhos e cada uma delas tem uma carga máxima admitida por folha e, se isso não for observado, passa de uma folha de correr para uma folha de arrastar. Na sequência, tem as guias deslizantes, que nunca devem ser esquecidas de levantar depois que a esquadria for instalada, para que o vento não “arranque” a folha do marco, principalmente, em um prédio onde tem forte carga de vento e venha acontecer um acidente. Temos também as escovas de vedação e as guarnições que garantem a estanqueidade à água e ao vento nas esquadrias.
O PROCESSO DE INSTALAÇÃO
De acordo com a Afeal, a instalação é feita por equipe especializada, normalmente, do próprio fabricante. Alguns cuidados devem ser observados:
Armazenamento das esquadrias na obra em local seguro, protegido dos materiais comuns nesse tipo de ambiente;
Quando utilizam vidros laminados, é preciso armazenar os caixilhos em local seco, pois a umidade pode danificar o PBV (polivinil butiral);
Distribuição das esquadrias nos pavimentos de acordo com o número a ser instalado;
Instalar apenas depois da obra concluída, com o ambiente livre de execução de argamassa, pintura ou gesso;
Verificação e adequação do nível e prumo do vão e, posteriormente, da própria esquadria instalada;
Uso de ferramentas apropriadas, inclusive de parafusos de aço inoxidável;
Revisão final dos arremates e parafusos;
Vidro devidamente calçado, de acordo com a norma técnica;
Solicitação da presença do engenheiro responsável pela obra para vistoria final de todos os itens.
Humberto destaca que a perfeita instalação de uma esquadria começa com um bom acompanhamento na instalação do contramarco, que pode ser chamado de “alma da esquadria”. O contramarco, tecnicamente, serve para garantir o vão, por isso, a marca orienta o profissional que vai efetuar seu chumbamento, principalmente, quanto a quantidade de grapas (chumbadores) e o espaçamento entre elas (150mm nas pontas e 450mm entre uma e outra).
Depois disso, é necessário fazer a conferência, verificando também suas medidas internas, para que não haja contramarco com “barriga” ou que tenha cedido, pois se ocorrer isso, a instalação da esquadria ficará comprometida, segundo o profissional. Com o contramarco chumbado, ele orienta sobre a importância de fazer uma vedação entre a soleira e o contramarco, eliminando qualquer fissura que possa infiltrar a água.
“É passado também um cordão de silicone em volta do contramarco, para depois receber a esquadria. Feito isso, fixamos a esquadria no contramarco com presilhas e parafusos. Depois desse processo, regulamos as folhas das portas ou janelas. A seguir, colocamos os arremates e fazemos as vedações externas, se também forem necessárias”, detalha Humberto. Para este trabalho, são necessários instaladores bem capacitados para resolver diversas situações que ocorrem nas obras.
Veja o passo a passo da instalação de esquadrias de alumínio, desenvolvido pela Leroy Merlin, rede de lojas de materiais de construção, acabamento, decoração, entre outros, em: www.leroymerlin.com.br/faca-voce-mesmo/como-instalar-esquadrias-de-aluminio
