Especialistas da Afeal, Schlegel Giesse e Brasil Vedação explicam a importância do produto para as esquadrias e as diferenças entre os materiais de fabricação
*Por Stephanie Fazio
Reprodução: Brasil Vedação
As gaxetas ou guarnições são componentes importantes em uma esquadria, sendo responsáveis por vedar as portas e janelas, impedindo a entrada de ar, água e poeira, além de ajudar a reduzir o ruído e a manter a temperatura interna estável.
“São elementos fundamentais e responsáveis pelo adequado desempenho em uma esquadria, pois evitam a infiltração de água, ar, poeira, entrada de pequenos insetos para o interior do ambiente, bem como auxiliam na fixação dos vidros e em alguns casos no desempenho acústico da esquadria”, explica Raoni Alves, analista técnico da Schlegel Giesse, especialista em vedações para portas e janelas.
“Recomendamos a leitura da NBR 13756, Esquadrias de alumínio - Guarnição elastomérica em EPDM para vedação – Especificação, trata dos procedimentos de produção das guarnições em EPDM, que é o material mais utilizado no setor de esquadrias”, orienta Antônio Cardoso, consultor especial da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).
Um produto de baixa qualidade pode ocasionar, além da má vedação das esquadrias, uma má fixação dos vidros, gerando a perda de qualidade da esquadria e até mesmo acidentes pela soltura dos vidros, analisa Alves. “É importante frisar que, atualmente no mercado, existem muitas soluções com EPDM de baixa qualidade técnica, o que pode ocasionar problemas no curto prazo nas vedações e fixação dos vidros”.
Cardoso afirma que problemas com o componente podem resultar em um ambiente interno desconfortável, aumento de ruídos externos e no consumo de energia para manter a temperatura interna adequada. “Além disso, a deterioração das gaxetas pode levar à necessidade de substituição, o que tende a ser dispendioso e trabalhoso. Por isso, é importante ter uma atenção adequada, para que possa haver a manutenção devida, garantindo a eficiência e durabilidade da esquadria”, recomenda.
Na opinião de Jaques Oliveira, sócio-administrador da Brasil Vedação, fabricante de vedação para esquadrias, muitos adquirem borrachas EPDM por conta de preço. “Várias arrebentam na mão, por isso, geram muitos problemas nas obras, com o meu material isso não acontece. O eco PVC é um material mais puro e do jeito que você coloca na sua esquadria valoriza mais pelo acabamento e tem garantia, que é diferente do EPDM”.
MATERIAIS DAS GAXETAS
O consultor explica que as gaxetas de EPDM são as mais utilizadas, por ser um material elastomérico, é conhecido pela excelente resistência ao envelhecimento, à corrosão e ao ozônio, além de ser flexível e possuir uma boa vedação. Os componentes deste material também são capazes de suportar altas temperaturas e são resistentes a produtos químicos, é necessária a atenção à recomendação do fabricante.
Um exemplo extremamente utilizado no Brasil é com relação à colocação dos vidros, conforme Cardoso. “Vamos utilizar as ilustrações acima. Temos uma janela ou porta da tipologia de correr, para citar alguns pontos importantes do uso da guarnição, inclusive de uso combinado com outros tipos de matérias, sendo neste caso, para uso na colocação dos vidros, onde vemos: a guarnição interna, é em EPDM, no formato de cunha, colocada do lado interno da folha, pós-colocação do item 2 abaixo. Já do lado externo, temos a guarnição em formato de fita retangular, no material de espuma, com alta densidade, embora macia e com adesivo dos lados, para facilitar a colocação durante a produção, e em seguida receber o vidro”.
O consultor acrescenta que tem preferência pela guarnição em formato de cunha, pois sua substituição é bem mais simples, do que o formato em U, que para sua troca, é preciso a retirada do painel de vidro.
Alves destaca que os modelos de gaxetas mais utilizados são as chamadas cunha, como por exemplo a GUA-259, que têm a função de fazer a fixação do vidro na esquadria de alumínio. “As principais características e vantagens da gaxeta em PVC são: produto 100% reciclável, livre de odores e produtos tóxicos, conter variedade de cores (preto, branco, cinza e cristal), ter resistência a tração 65% maior que o exigido pela norma, não propagar chamas, ser resistente aos raios UV, e ter menor taxa de encolhimento, o que no caso das cunhas é fundamental para a fixação do vidro na esquadria, pois se uma gaxeta encolhe, a fixação do vidro fica comprometida, podendo causar acidentes”.
Cardoso ressalta a guarnição de escova, material de poliuretano, que pode ser acoplado com o material denominado “Finsel”, que é a adição de uma fita plástica que auxilia na melhoria da vedação. Em geral, é utilizado na parte deslizante da folha, em relação aos trilhos. Já o nylon, é muito utilizado em forma de peças, como caixa de dreno, que recebe as escovas como complemento da vedação.
“Um outro tipo de guarnição é o que chamamos de ‘flocada’, muito usada na indústria automobilística, cuja a parte de contato é com o material que permite o deslizamento sem o atrito, sendo a parte do encaixe, em EPDM”, cita o consultor. Ele também ressalta as guarnições de silicone, cujas vantagens são a durabilidade, flexibilidade e a compatibilidade de adesão com ele próprio, para simplificar a união dos cantos. “No caso do EPDM, em situações de folhas do tipo maxim-ar ou até mesmo na tipologia abre e tomba, é necessário solidarizar os cantos a 90 graus.”
Neste exemplo no peitoril da tipologia abre e tomba, a mais utilizada na Europa, também chamado de câmara europeia, “observamos o que está citado como guarnição perimetral, em que nos cantos a 90 graus, é colocada uma peça, conforme ilustração na sequência”. Ele menciona o “thermal break”, que é uma guarnição extrudada em nylon, cujo papel é fazer o isolamento térmico, tendo como conceito a união dos perfis em alumínio entre o lado externo e interno. “Podemos estar próximos de um uso mais intensivo desse sistema no Brasil”, comenta.
No mercado de esquadrias de alumínio a Schlegel Giesse tem dois produtos como principais e mais utilizados: as gaxetas em EPDM e o V-lon (PVC). As principais diferenças entre os dois estão na menor taxa de encolhimento do V-lon (PVC), bem como sua maior variedade de cores, resistência à ruptura superior e o fato de ser um produto 100% reciclável. “Em contrapartida, temos no EPDM um produto um pouco mais maleável o que, em alguns casos, facilita a instalação na esquadria”, explica Alves.
“A matéria-prima do meu material é virgem, composta de eco PVC, solução que não ressaca, não encolhe, não cai do perfil com a chuva e o sol, não pega cinza, não altera nas cores, pois tem Anti-UV, e nem pegam fungos, possuem antifungíco. Trabalhamos com as cores branco, cinza, cristal e carvalho. O produto fica sempre na mesma cor, eu fiz o laudo técnico. As borrachas são para vedação de esquadrias de alumínio, PVC e de madeira. Alguns clientes utilizam também em perfis de policarbonato”, afirma Oliveira.
O analista técnico da Schlegel Giesse informa que nos casos em que o cliente precisa de um produto mais técnico e com melhor eficiência acústica, a marca possui a opção de usar o Q-lon. Desenvolvido pela Schlegel na Europa, especificamente para projetos com necessidades de superior desempenho acústico, o Q-lon tem como características principais a atenuação acústica, uma grande variedade de cores e formatos, memória, desempenho térmico, facilidade na compressão e possibilidade de aplicação com ou sem base adesiva.
À direita V-lon e à esquerda Q-lon/Reprodução: Schlegel Giesse
LIMPEZA
A manutenção e limpeza das gaxetas das esquadrias é importante para garantir a eficiência da vedação e prolongar a vida útil. A frequência depende do tipo de ambiente e das condições climáticas, que devem acompanhar o manual do fabricante, até para se utilizar produtos compatíveis. “É importante manter as esquadrias limpas e evitar o acúmulo de sujeira e poeira não só nas gaxetas, mas no produto como um todo”, relata Antônio Cardoso, consultor especial da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).
Segundo Jaques Oliveira, sócio-administrador da Brasil Vedação, o cliente limpa o material com sabão e água. “O ideal é limpar, ao menos, uma vez por mês, para evitar o acúmulo de sujeira, principalmente nas borrachas de cores branca, cinza e cristal”.
Raoni Alves, analista técnico da Schlegel Giesse, indica que a limpeza seja feita com pano umedecido, podendo ser usado sabão neutro ou álcool isopropílico, mas destaca que o
V-lon é compatível com os principais produtos de limpeza domésticos. “A frequência desta limpeza deve ser igual ou menor que três meses”, conclui.
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