Curiosidade: vidro como atração turística
- Equipe Contramarco
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O uso do vidro como elemento central em construções turísticas tem se consolidado como uma tendência global. Em diferentes países, estruturas de vidro se tornaram pontos de visitação pela combinação entre transparência, luminosidade e inovação. De monumentos históricos a passarelas suspensas, o material se destaca tanto pela estética quanto pela capacidade de transformar a percepção do espaço.

Um dos exemplos mais simbólicos é a Pirâmide de Vidro do Museu do Louvre, em Paris. Projetada pelo arquiteto I. M. Pei e inaugurada em 1989, a estrutura faz parte do projeto de renovação Grand Louvre e funciona como entrada principal do museu. Com 21,6 metros de altura e uma base quadrada de 35,4 metros, a pirâmide é composta por 603 losangos e 70 triângulos de vidro. Seu contraste com a arquitetura clássica gerou debates na época da inauguração, mas, ao longo dos anos, o monumento se consolidou como símbolo da capital francesa.

A relação entre vidro, arte e espiritualidade é evidente nos vitrais da Catedral de Notre-Dame, também na França. Datados em grande parte do século XIII, os vitrais, especialmente as três rosáceas, com até 13 metros de diâmetro, representam cenas bíblicas, figuras de santos, profetas e reis. Após o incêndio de 2019, as peças passaram por um processo de restauração que combinou técnicas medievais e tecnologia contemporânea para preservar sua integridade histórica e artística. A forma como a luz atravessa o vidro colorido continua sendo um dos elementos mais admirados pelos visitantes.

Na China, o vidro ganha outra função: aproximar o visitante da paisagem natural. A Passarela de Vidro de Zhangjiajie, inaugurada em 2016, está suspensa a mais de 300 metros de altura e foi projetada pelo arquiteto israelense Ḥayim Dotan. A proposta do projeto era criar uma estrutura quase “invisível”, que se integrasse ao cânion e à vista das montanhas que inspiraram o filme Avatar. Construída com mais de 120 painéis de vidro temperado de três camadas, a ponte chegou a ser reconhecida como a mais longa e mais alta passarela de vidro para pedestres do mundo. A engenharia envolveu a instalação de pilares nas bordas do cânion e cabos metálicos para sustentação, além do uso de materiais 25 vezes mais resistentes que o vidro comum.

Na Europa, outra atração que utiliza o vidro como ponto central é o Palácio de Cristal do Retiro, em Madri. Projetado por Ricardo Velázquez Bosco em 1887 e inspirado no Crystal Palace de Londres, o edifício foi construído em ferro e vidro para abrigar a Exposição das Ilhas Filipinas, destinada a apresentar plantas tropicais. Situado no Parque do Retiro, o palácio se destaca pela transparência da estrutura e pela abundância de luz natural, características que hoje favorecem sua função atual como espaço de exposições temporárias do Museu Reina Sofía. A arquitetura, junto ao entorno arborizado, transforma o local em um dos cartões-postais mais populares da capital espanhola.

No Brasil, o vidro aparece como protagonista em experiências urbanas contemporâneas, como no Sampa Sky, localizado no 42º andar do Mirante do Vale, no centro de São Paulo. Inspirado no Sky Deck de Chicago, o espaço oferece quatro decks retráteis de vidro que avançam para fora da fachada, permitindo ao visitante “flutuar” a mais de 150 metros de altura. A estrutura utiliza vidros de alta resistência e foi projetada para suportar toneladas de peso, garantindo segurança ao público.
De monumentos históricos a mirantes urbanos e pontes suspensas, o vidro tem assumido papéis diversos no turismo. Seja pela inovação, pela estética ou pela integração com a paisagem, essas construções mostram como o material continua a inspirar arquitetos e atrair visitantes em busca de novas perspectivas sobre o espaço ao seu redor.
Fontes: pt.wikipedia.org; friendsofnotredamedeparis.org; pt.wikipedia.org; pt.wikipedia.org; holyglass.com.br

