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COMO AS ESQUADRIAS CONTRIBUEM PARA A ARQUITETURA WELLNESS?

“É cientificamente comprovado que a iluminação e a ventilação naturais trazem inúmeros benefícios ao bem-estar e à saúde”, diz Denise Moraes, arquiteta


*Por Stephanie Fazio


Divulgação


Os ruídos, sensações térmicas desconfortáveis e a rotina conectada dos centros urbanos geram estresse e ansiedade. Para aliviar os sintomas, a arquitetura wellness cria espaços aconchegantes e tranquilos, visando o bem-estar no cotidiano. As esquadrias são fundamentais para reduzir a sensação de clausura em ambientes construídos, elas têm o papel de fazer a conexão do meio interno com o externo.


Arquiteta Germana Lara
Germana Lara, neuroarquiteta e proprietária do escritório Larc Arquitetura/Divulgação

“Um ambiente mais iluminado e ventilado, com uma bela vista, vai proporcionar ao morador um melhor bem-estar físico e mental”, diz Germana Lara, neuroarquiteta e proprietária do escritório Larc Arquitetura.







Arquiteta Denise Moraes
Denise Moraes, arquiteta especializada em neuroarquitetura, técnica em construção civil e diretora de criação na AKMX/Divulgação

Segundo Denise Moraes, arquiteta especializada em neuroarquitetura, técnica em construção civil e diretora de criação na AKMX, é cientificamente comprovado que a iluminação e a ventilação naturais trazem inúmeros benefícios ao bem-estar e à saúde.


“Janelas são verdadeiros portais de conexão do ser humano com o mundo exterior, contribuindo para nossa orientação espacial e temporal, para nosso bom humor, bem-estar, para a saúde física e melhores condições biológicas (vento e sol são bons combatentes de fungos e bactérias). Não era à toa que os hospitais do passado tinham janelas tão grandes e voltadas para os lados mais beneficiados pela incidência solar”, comenta a profissional do escritório AKMX. Além disso, se as janelas e visores forem voltados para vistas privilegiadas, também contribuem para a contemplação, que tem efeito calmante e pode ser uma distração positiva em locais de tensão, como hospitais, corredores, abrigos, entre outros, informa.


Arquiteta Denise Polonio
Denise Polonio, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)/Divulgação

Denise Polonio, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), lembra que muitas das tendências apontadas atualmente como novos conceitos, quase sempre fizeram parte das decisões e atitudes do profissional diante de um projeto de arquitetura. “Desde os primórdios da existência humana, as construções têm a função de abrigar os indivíduos das intempéries, dos possíveis ataques de animais ou invasores e outras necessidades mais subjetivas como, por exemplo, a demarcação de território e o acolhimento. O conceito atualmente difundido como wellness, dentre vários modismos, significa, em primeira instância, o resgate de um modo de se fazer arquitetura onde recursos, sem grandes sofisticações no âmbito da tecnologia, são utilizados para se manter a qualidade ambiental. Dentre esses recursos, as esquadrias são elementos essenciais”.


Na visão da professora, as janelas são as molduras que definem a visão do ambiente interno para o exterior, permitindo que os ocupantes apreciem a paisagem circundante de maneira controlada e intencional. O uso estratégico das esquadrias para enquadrar elementos naturais, como montanhas, árvores ou corpos d'água, pode criar uma sensação de harmonia entre o interior e o exterior. Isso não apenas adiciona beleza visual, mas também conecta os ocupantes com a natureza, promovendo uma sensação de calma e bem-estar.


“Ao considerar o enquadramento da paisagem, os arquitetos podem escolher o tamanho, a posição e o estilo das esquadrias de acordo com as vistas desejadas e a relação com os elementos externos. O objetivo é criar uma transição suave entre o ambiente interno e o exterior, permitindo que a natureza seja apreciada sem comprometer o conforto térmico, a privacidade ou a iluminação adequada. Resumindo, as esquadrias conectam os ocupantes com a natureza e contribuem para um ambiente interno mais saudável e agradável”, acrescenta Denise Polonio.


QUAL ESQUADRIA PROPORCIONA MAIS BENEFÍCIOS?


Fachada com janela e piscina
Divulgação: escritório Larc Arquitetura

Germana observa que as esquadrias ideais são as que permitem maior visibilidade com o meio externo ou as que atendem aos requisitos para fechamento de grandes vãos. Além disso, a questão acústica é muito importante. “Esquadrias de alumínio são excelentes por terem estruturas que suportam grandes vidros, prefiro as com perfil slim (minimalista)”. Já as esquadrias de PVC proporcionam grande conforto acústico e possibilidades de acabamentos diferentes, como as que imitam madeira, por exemplo, com a vantagem da durabilidade e facilidade de manutenção.


A escolha dos materiais deve atender às estratégias de cada projeto. Podem ser priorizadas as questões estéticas, optando-se por madeiras ou texturas naturais, ou podem ser seguidas as premissas de performance, que garantam a melhor vedação contra ruídos ou umidade, como o caso do PVC. Existem ainda as questões econômicas pela escala ou repetitividade, como no caso de conjuntos habitacionais ou edifícios, em que se opta por alumínio. Independentemente do material escolhido, as esquadrias devem atender às normas técnicas aplicáveis quanto à sua produção e instalação para que garantam as condições exigidas e esperadas, conforme a profissional do escritório AKMX.


Para Denise Polonio, a escolha do material ideal para esquadrias depende também das preferências individuais. No entanto, as esquadrias de PVC são frequentemente consideradas uma opção que proporciona benefícios significativos em termos de conforto. A seguir, a professora aponta algumas razões pelas quais as esquadrias de PVC podem ser vantajosas:

  • Isolamento térmico: possui propriedades de isolamento térmico devido à natureza não condutora do material. Isso ajuda a manter a temperatura interna mais estável, reduzindo a perda de calor no inverno e o ganho de calor no verão, o que resulta em um ambiente mais confortável e eficiente energeticamente;

  • Isolamento acústico: o PVC também oferece bom isolamento acústico, reduzindo a entrada de ruídos externos e proporcionando um ambiente mais tranquilo e sereno;

  • Durabilidade e baixa manutenção: as esquadrias de PVC são resistentes à corrosão, não enferrujam e não precisam de pintura regular. Isso torna a manutenção mais fácil e reduz os custos a longo prazo;

  • Variedade de designs: a solução está disponível em uma variedade de estilos, cores e acabamentos, permitindo a escolha de uma opção que se adapte ao design e à estética do projeto;

  • Respeito ao meio ambiente: muitas esquadrias de PVC são fabricadas com considerações ambientais em mente, usando materiais reciclados e sendo recicláveis.

“No entanto, é importante lembrar que outras opções de materiais, como madeira e alumínio com quebra de ponte térmica, também podem oferecer benefícios específicos, dependendo das necessidades do projeto. É recomendável consultar um profissional de arquitetura ou construção para determinar a melhor escolha com base nas características do ambiente e nas prioridades do projeto”, destaca a professora.


COMO ESCOLHER A ESQUADRIA QUE MAIS COMBINA COM O ESPAÇO


Showroom de esquadrias
Showroom de esquadrias/Divulgação: Habitissimo

O primeiro ponto é escolher esquadrias com boa durabilidade e facilidade de manutenção, inclusive, deve ser analisado por quem vai comprar um imóvel, por exemplo, pois a troca de esquadrias em prédios não é permitida uma vez que interfere na fachada da edificação. “Quando projetamos uma casa, adoramos critérios como durabilidade, facilidade de manutenção e as cores vão de acordo com o estilo da residência”, detalha Germana.


Em uma casa com telhado aparente fica interessante utilizar esquadrias de PVC que imitam a madeira. “Elas são grandes responsáveis na composição da fachada, portanto sua escolha deve estar alinhada com o estilo da casa”, afirma a proprietária do escritório Larc Arquitetura.


Denise Moraes explica que é importante pensar no conjunto, não na unidade. No projeto podemos contar com um número razoável de portas e janelas a depender do tamanho da edificação. Considerar uma família de elementos que sigam um mesmo estilo e padrão irá conferir um resultado de coesão e harmonia. Confira as dicas da profissional:

  • Sempre que pensar em esquadrias, visualize o resultado nas fachadas. Atente-se às questões de alinhamento, nivelamento, padrão do conjunto das esquadrias e como isso irá configurar na sua fachada. Esquadrias desalinhadas horizontal ou verticalmente podem gerar uma fachada desarmônica;

  • Embora não seja uma norma, eu particularmente gosto de manter um alinhamento superior entre as portas e janelas. O desalinhamento gera um estranhamento que não gosto;

  • Quase nunca uma janela deve estar no centro da parede. Porém, é comum que seja instalada desta forma. Um bom projeto irá determinar a posição da janela nos ambientes, considerando a distribuição interna dos móveis, e evitando que armários ou outros elementos internos obstruam as esquadrias e suas áreas de manobra;

  • Quando for escolher os acessórios, como fechaduras e maçanetas, pense na praticidade da utilização. Maçanetas tipo alavanca são universalmente mais fáceis de usar do que as de tipo bola. As alavancas podem ser mais facilmente acessadas também por quem tem alguma paralisia na mão ou dedos e podem ainda ser acionadas pelos cotovelos.

A professora relata que a inserção de portas e janelas na decoração de um espaço desempenha um papel fundamental na criação de uma atmosfera visualmente agradável e funcional. Dentre estas, pode-se destacar:

  • Conceito arquitetônico: as edificações possuem características físicas que estão atreladas a critérios conceituais estabelecidos pelos profissionais que participam da criação do projeto. A escolha das esquadrias deve se alinhar a ordem estética seguida pelo espaço construído;

  • Tamanho e proporção: as esquadrias estão atreladas à proporção dos ambientes e adequadas ao tamanho das paredes. Portas e janelas muito pequenas ou muito grandes em relação ao espaço podem criar desequilíbrios visuais;

  • Orientação e vista: a escolha da localização das portas e janelas estabelecem relação com a vista externa. Desta forma, esquadrias que permitam a entrada de luz natural e uma visão panorâmica agradável são adequadas e promovem uma boa relação com o exterior. As esquadrias também devem ser posicionadas para maximizar a ventilação cruzada;

  • Material: deve se alinhar à estética desejada e às necessidades funcionais. Madeira proporciona um toque tradicional e aconchegante, enquanto o alumínio pode ser mais moderno e resistente. O PVC oferece um equilíbrio entre isolamento térmico e estética;

  • Cores e acabamentos: a opção por cores e acabamentos das esquadrias devem levar em consideração a paleta de cores dos ambientes. As esquadrias podem ser pintadas ou revestidas a fim de estabelecerem equilíbrio e harmonia nos ambientes;

  • Funcionalidade: as portas devem abrir e fechar facilmente e as janelas devem ser fáceis de operar para ventilação. Sistemas de abertura, como janelas de correr, abrir, basculantes ou pivotantes, estão dentre as opções oferecidas pela indústria. A escolha por um desses sistemas deve ser feita em função de critérios específicos, onde podemos destacar a adequação ao espaço;

  • Privacidade e controle de luz: estes quesitos se referem à quantidade de privacidade e controle de luz desejados. A escolha das esquadrias leva em conta também as que oferecem opções no tratamento das janelas, tais como cortinas ou persianas, se necessário;

  • Sustentabilidade e eficiência energética: a preferência por esquadrias que oferecem eficiência energética e sustentabilidade é um dos pilares da boa arquitetura na atualidade. Escolher opções com vidros de alto desempenho e selos de certificação pode contribuir para a economia de energia e a redução da pegada de carbono.

Por fim, Denise Polonio acrescenta que é importante dialogar com o arquiteto sobre a possibilidade do recurso da ventilação cruzada, que busca aproveitar ao máximo o recurso natural vento, de maneira que haja a entrada e saída de ar constante, mantendo o espaço sempre fresco e arejado.


“Um detalhe importante que um projeto deve considerar é a hierarquia de largura das portas, visando garantir a movimentação de objetos. Sempre que possível busque garantir acessibilidade, utilizando portas com vão mínimo de 80 cm, inclusive em sanitários”, relata a professora.


“Mesmo que você não veja hoje a necessidade de circulação de pessoas em cadeira de rodas pelos seus espaços, todos nós podemos passar por momentos de restrição motora ou interagir com pessoas com essa restrição. Imagine o quão desagradável deve ser receber um grupo de visitantes, entre eles alguém em cadeira de rodas, e essa pessoa não conseguir entrar na sua casa ou usar o seu banheiro”, observa Denise Polonio.

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