Biofilia: fachadas verdes se destacam em projetos urbanos
- Equipe Contramarco
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O conceito de biofilia, que descreve a afinidade natural do ser humano com o meio ambiente e a vida, vem sendo incorporado de forma crescente na arquitetura contemporânea. Um dos recursos mais visíveis dessa tendência são as fachadas com vegetação, que associam benefícios estéticos, ambientais e funcionais. Além de contribuir para o bem-estar dos usuários, esse tipo de solução auxilia no controle térmico dos edifícios, na captação de carbono e na melhoria da qualidade do ar nas áreas urbanas.

Um exemplo internacional de destaque é o One Central Park, em Sydney, Austrália. Finalizado em 2014, o empreendimento reúne centenas de espécies de plantas distribuídas ao longo de sua fachada, reduzindo a demanda por climatização artificial. O projeto também integra heliostatos motorizados e painéis com espelhos refletivos que redirecionam a luz solar para áreas internas, aumentando o aproveitamento da iluminação natural.

No Brasil, um exemplo recente é o Biosquare, construído no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP), pela Libercon em parceria com a GD8. O projeto, desenvolvido pelo escritório internacional Perkins&Will, combina fachadas de alto desempenho com elementos verdes, incluindo floreiras integradas, e segue diretrizes de sustentabilidade como a certificação LEED CS Gold. Mais detalhes sobre esse empreendimento estão publicados na revista Contramarco — edição 173, que destaca aspectos técnicos e de concepção da obra.

Outro caso brasileiro é o Edifício Corujas, localizado na Vila Madalena, também na capital paulista. Projetado pelo escritório FGMF Arquitetos, o edifício de uso comercial adota uma volumetria fragmentada, com blocos interligados por passarelas e áreas abertas. Jardins verticais, terraços arborizados e pátios internos contribuem para o conforto térmico e acústico, além de incentivar a ventilação cruzada. A fachada com vegetação integrada e a implantação em formato de vilarejo visam reduzir a sensação de isolamento típica de edifícios corporativos, promovendo interação e bem-estar entre os ocupantes.

Outro exemplo nacional é o Auris Residenze, ou Edifício Árvore, em Balneário Camboriú (SC), projetado pela incorporadora Fischer Group. O empreendimento incorpora vegetação em toda a extensão de sua fachada e varandas, criando um efeito visual semelhante a copas de árvores. A vegetação atua como filtro natural contra poluição e radiação solar, além de contribuir para a regulação térmica interna.
A adoção de fachadas verdes reflete um movimento global que alia design, tecnologia e ecologia. Em áreas densamente povoadas, essa abordagem não apenas melhora a estética urbana, mas também reforça a conexão entre as cidades e o meio natural, elemento central da biofilia.
Fontes: archdaily.com.br ; Revista Contramarco - edição 173 ; archdaily.com.br ; contramarco.com
Colaborou: Júlia Rebouças (estagiária)