O arquiteto Pietro Terlizzi explica que os elementos permitem a passagem de iluminação e são utilizados para separar, não completamente, os ambientes
Antes voltada para a concepção de ambientes majoritariamente compartimentados por paredes, a arquitetura de interiores segue mudando seus conceitos e, atualmente, fortalece a ideia da execução de espaços mais abertos e amplos, principalmente na área social. Ainda assim, elementos vazados, que integram os projetos com o intuito de dividir, mas sem separar completamente, não são ‘novidades’ nos espaços.
De origem árabe, o treliçado de madeira, conhecido como Muraxabi, chegou ao Brasil em 1530, com a vinda dos colonizadores portugueses. Enquanto o Cobogó, criação brasileira com seus 95 anos, já marcava presença quando o intuito era o de prover privacidade e a almejada combinação de luz e clima arejado.
“Acredito que a presença de ambos foi fortalecida tanto por conta estética, como pela funcionalidade que entregam na leitura moderna dos projetos”, analisa o arquiteto Pietro Terlizzi, responsável por seu escritório homônimo. Com seus diferentes designs, entram em cena como soluções inteligentes para compor divisórias, portas, janelas e, até mesmo, mobiliários.
MUXARABIS
Neste apartamento, parte da integração dos ambientes aconteceu através do rack. O que seria um painel simples ganhou o contorno de três folhas com o treliçado do muxarabi e que podem ser movimentados conforme o gosto do morador. Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura/Foto: Guilherme Pucci
Surgido no século XIV dentro da arquitetura árabe em países do Oriente Médio e Ásia, o Muxarabi segue com suas premissas originais. Primordialmente de madeira, sua forma é resultado dos desenhos geométricos obtidos por ripas de madeira sobrepostas e esse aspecto mais ornamentado e orgânico entrega um visual impotente, sofisticado e aconchegante.
COBOGÓS
Nesse apartamento, a integração de sala e varanda foi fundamental, com destaque para a meia parede em cobogó, que segmenta a sala de estar e a cozinha: de um lado ela compõe com o sofá, enquanto do outro completa a marcenaria planejada. Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura/Foto: Guilherme Pucci
Os Cobogós refletem a brasilidade de três profissionais que desenvolveram a peça e que ganhou as construções em formas cerâmicas, concreto, porcelana e vidro, entre outros materiais. Resistentes, de fácil manutenção e viés contemporâneo, os elementos contribuem para a ventilação e iluminação, como podem ser considerados também em áreas externas. “Grandes nomes imortais como Lucio Costa e Oscar Niemeyer incorporaram essa referência em prédios emblemáticos para a arquitetura brasileira”, destaca Terlizzi.
Fonte: Pietro Terlizzi/Agência dc33 Comunicação
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