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CONSTRUÇÃO CIVIL: O MOMENTO DE ENTENDER AS DORES DO SETOR E INVESTIR EM INOVAÇÃO

*Por Bernardo Etges, engenheiro civil formado pela UFRGS e co-fundador da Climb Consulting. É mestre em Lean Construction e doutorando em Gestão da Construção no PPGCI-UFRGS


Reprodução: Relationow

Nos últimos anos, a construção civil tem comemorado seu crescimento acelerado. Só em 2022, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor sofreu um aumento de 7% no Produto Interno Bruto (PIB), superando a projeção para o ano e, em paralelo, houve um aumento de novas soluções tecnológicas. As expectativas para este ano são ainda maiores.


As novas tecnologias e acesso às plataformas digitais, como o ambiente em nuvens e o BIM, sigla de Building Information Modeling – ou, traduzida, Modelagem de Informações da Construção, deixam de ser o futuro e passam a ser realidades nos canteiros de obra.


De uns anos para cá, venho desenvolvendo uma pesquisa com diversas áreas da construção civil buscando entender as relações de causa e efeito na gestão de projetos da construção civil, as dores e necessidades desse mercado, bem como um panorama de novas ideias, hipóteses e soluções. Em uma das fases da pesquisa, entrevistei especialistas em implementação de projeto de inovação na indústria baseada em engenharia, gerentes de programas de aceleração e inovação aberta e CEOs de startups. O objetivo era entender a perspectiva deles sobre o panorama da inovação na construção brasileira.


Diante da pergunta do cenário e perspectivas para inovar na construção, todos os respondentes concordaram que a inovação no setor é algo crescente, mas, por outro lado, alguns demonstraram uma certa apreensão quanto a sua banalização e a perda de credibilidade das iniciativas e soluções propostas, justamente pelas implementações não trazerem a percepção de valor pelas empresas da construção. A urgência em “inovar” atropelou o entendimento de onde inovar.


De acordo com um dos entrevistados, o nascimento de uma empresa que é em função de um problema vivido, já garante 50% do seu sucesso. Visto que algumas soluções não trazem valor algum para o mercado, comprometendo o objetivo final que é justamente atrelá-la à resolução de um problema ou uma dor que já existe.


Após a análise desse estudo, foi possível constatar três principais direcionamentos: o movimento de inovação e acesso a novas tecnologias; há uma clara diferença entre a percepção do valor entregue pelas iniciativas de inovação (startups, centros de pesquisa) e as empresas do setor e, principalmente, se identificou a dificuldade em medir os resultados da inovação; e os impactos proporcionados pela sua implementação no setor.


Enxergar esse "boom" de novas tecnologias leva a refletir bastante sobre a oportunidade de conectar os processos de inovação ao conjunto de ferramentas e metodologias do Lean Construction que contribuem a evidenciar os problemas e dores das organizações. Desta forma, viemos testando modelos para apoiar as empresas da construção a mapear e identificar suas dores como base para sua estratégia de inovação. O modelo vem sendo testado e é motivador ver o envolvimento e maior alinhamento empresarial unindo diferentes setores no desenho de soluções que passam por tecnologia, passam por inovação. Ou seja, alinhamos uma metodologia com as necessidades do mercado - Isso, para mim, é inovador!


Bernardo Etges. Reprodução: Linkedin

Por fim, fica claro que o cenário para empresas que investem em inovação é bastante promissor, desde que ela esteja inserida na cultura da organização, a começar pela diretoria até os times de produção, e integrando uma visão estratégica de toda a organização. As tecnologias devem solucionar as dores reais das empresas que devem estar atentas para as necessidades das suas equipes. Este é um cenário verdadeiramente inovador e quem aplica, ganha seu merecido destaque.


Fonte: Relationow


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