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VIDRO TERMOCRÔMICO: O MODELO COM CONTROLE SOLAR

Equipe Contramarco

Profissionais da Abividro, Guardian Glass e Vivix Vidros Planos explicam sobre a tecnologia de um vidro termossensível


*Por Emanuelle Ormiga, sob supervisão da profissional habilitada Stephanie Fazio


Projetista Nasser Hissa - Arquitetos Associados. Reprodução: Vivix Vidros Planos

O vidro termocrômico é um material que tem a capacidade de mudar automaticamente sua transmissão luminosa e solar em função da temperatura. Isso é feito por meio de um coating (revestimento metálico semelhante aos vidros de controle solar) ou PVB com materiais especiais. O composto mais comum utilizado para isso é o óxido de vanádio (VO2), que quando aquecido assume uma tonalidade azul escura, explica Fernando Simon Westphal, consultor técnico da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), engenheiro civil, professor e pesquisador e colunista da CONTRAMARCO.


Fábio Reis, gerente de desenvolvimento de produtos da Guardian Glass, fabricante de vidros, afirma que o produto é composto por camadas finas de materiais termossensíveis depositados sobre o vidro. “Esses materiais geralmente contêm compostos orgânicos, como polímeros ou cristais líquidos, que possuem a capacidade de modificar suas propriedades de absorção e reflexão da luz quando expostos ao calor”, explica o gerente.


Para Westphal, o principal benefício desse tipo de vidro é reduzir o excesso de calor da radiação solar automaticamente à medida que o sol incide e aquece o vidro. Além disso, pode reduzir a transmissão luminosa, tornando o ambiente interno mais escuro e privativo. “Isso pode ser desejável em prédios com grandes áreas de janela”, acrescenta. Como esse tipo de vidro geralmente é aplicado em composições laminadas, a radiação UV é absorvida quase que totalmente pelo PVB.


LINHA VIVIX PERFORMA

Projetista Nasser Hissa - Arquitetos Associados. Reprodução: Vivix Vidros Planos

A fabricante Vivix Vidros Planos possui uma linha para proteção solar chamada Vivix Performa. “São vidros fabricados a partir da tecnologia online, que foram criados para o clima brasileiro”, explica Luiz Barbosa, gerente técnico de vendas.

Trata-se de um vidro float que recebe a deposição de uma ou mais camadas sobre uma de suas superfícies, criando, assim, um revestimento para controle solar. Barbosa afirma que há duas tecnologias para fabricação desse tipo de vidro: online (também conhecida como pirolítico), na qual a deposição dos materiais que formam a camada de controle solar são depositados durante o processo de fabricação do vidro float, ainda quente (condição plástica), a aproximadamente 650 °C; e a tecnologia offline (também conhecida como sputtering), na qual após a fabricação do vidro float, as chapas destinadas para metalização são separadas para posterior deposição do revestimento de controle solar. “Nos dois processos o equipamento utilizado é chamado de coater. Uma vez que o vidro comum é transformado em vidro de proteção solar, ele passa a interagir com a radiação solar, refletindo, transmitindo e absorvendo nas três faixas do espectro solar: UV, luz visível e infravermelho (calor)”, explica.

“Os projetos modernos, atendendo a uma necessidade natural do ser humano de querer interagir com o meio externo, têm sido desenvolvidos utilizando cada vez mais o vidro como elemento de fachada, com vãos cada vez maiores, a fim de permitir a integração entre os ambientes interno e externo das edificações”, relata o gerente.

Com isso, caso não sejam aplicados vidros de proteção solar, poderá existir desconforto luminoso gerado pelo excesso de luz que atravessa o vidro (transmissão luminosa do vidro muita elevada em ambientes muito claros com vão muito grande) e, da mesma forma, desconforto térmico.

“No passado, a solução seria reduzir os vãos ou mantê-los grandes, porém, utilizando cortinas e persianas na maior parte do dia, o que resultaria na perda da interação das pessoas com o ambiente externo e, ainda assim, o calor teria passado para o interior. Com os vidros de proteção solar Vivix Performa, é possível manter os vãos grandes, uma vez que, ao utilizar esse tipo de vidro, a maior parte do calor e da luz natural fica do lado de fora”, explica Barbosa.

“Além disso, é possível utilizar a luz natural de forma equilibrada na maior parte do dia, uma vez que ele reduz a entrada de luz natural em excesso. Também vai contribuir para a redução da utilização de ar-condicionado e outras formas mecânicas de climatização de ar interna, já que também bloqueia a maior parte do calor”, conclui.

Quanto à eficiência contra os raios UV, Barbosa explica que as versões monolíticas da linha possuem eficiência entre 94 e 97%, sendo uma das maiores para vidros de proteção solar monolíticos, enquanto que na sua versão laminada, o Vivix Performa Duo, o bloqueio contra o UV é de 99,6%.

CUIDADOS QUE SE DEVE TER NA HORA DA APLICAÇÃO DO VIDRO


Geralmente, os vidros termocrômicos são aplicados em versões laminadas e requerem os mesmos cuidados de um vidro laminado. “O mais importante é avaliar as propriedades físicas do material utilizado e da temperatura de conversão, aquela a partir da qual o vidro inicia o escurecimento. Essa temperatura deve ser compatível com o clima onde será construída a edificação”, explica Westphal, consultor da Abividro.


Em relação à linha Vivix Performa, Barbosa explica que é necessário instalar todos os vidros com a mesma face voltada para fora, a fim de garantir a homogeneidade de cor. Caso o vidro seja instalado na sua forma monolítica, é importante garantir que o revestimento de proteção solar está voltado para o ambiente interno. No mais, é preciso seguir o que estabelece a norma técnica ABNT NBR 7199 - Projeto, execução e aplicação de vidro na construção civil e na norma técnica ABNT NBR 16023 - Vidros revestidos para controle solar.


AS PELÍCULAS DE CONTROLE E PROTEÇÃO SOLAR SÃO EFICIENTES COMO O VIDRO TERMOCRÔMICO?


Existem películas tão eficientes quanto os vidros de proteção solar, de acordo com o gerente técnico de vendas da Vivix Vidros Planos, porém, essas películas – as de melhor qualidade e com longas garantias – costumam ser mais caras do que o vidro de proteção solar. Também são mais sensíveis à abrasão (riscam com mais facilidade), podem descolar e desbotar com o passar do tempo e, eventualmente, precisarão ser substituídas. “Os vidros de proteção solar, por sua vez, como o Vivix Performa, possuem a tecnologia integrada, garantindo ao revestimento a mesma resistência à abrasão do vidro comum (o revestimento de controle solar não torna o vidro mais sensível) e a mesma eficiência ao longo de toda a sua vida útil”, relata Barbosa.

Para Westphal, as películas de controle solar são estáticas, ou seja, possuem sempre as mesmas propriedades de transmissão, reflexão e absorção de luz e calor. Já o vidro termocrômico tem suas propriedades adaptadas conforme a temperatura. “Assim, quando está frio o vidro permanece mais transparente, permitindo o (desejável) ganho de calor solar, e quando está quente o vidro torna-se mais escuro, diminuindo a transmissão de calor”, conclui.


DIFERENÇA ENTRE VIDRO TERMOCRÔMICO, VIDRO ELETROCRÔMICO E VIDRO POLARIZADO


O vidro termocrômico muda suas propriedades passivamente, automaticamente, sem consumo de energia e atua frente à radiação solar, bloqueando parte da entrada de luz e calor no ambiente.


Já o vidro eletrocrômico tem sua transmissão de luz e calor alterada eletronicamente pela atuação de uma corrente elétrica, consumindo energia para isso e exigindo um acionamento de forma ativa, embora possa ser automatizado. É fabricado a partir de um vidro comum, que recebe um revestimento composto de células eletroquímicas fazendo com que o vidro escureça quando submetido à exposição da radiação solar, voltando a ficar transparente, uma vez que não esteja mais sob seu efeito.


Por fim, o vidro polarizado é um modelo laminado que possui entre seus interlayers um filme de LCD opaco, o qual, ao receber uma corrente elétrica por meio de um interruptor, se torna transparente, mas não tem a função de controlar o ganho de calor, embora possa ser utilizado sobre vidros de controle solar.


“Uma confusão comum no mercado é achar que o vidro polarizado e o vidro eletrocrômico são sinônimos ou o mesmo vidro, quando na verdade são produtos diferentes”, finaliza Barbosa.


“Muitos avanços que a indústria do vidro vem apresentando nos últimos anos têm ocorrido nos coatings e interlayers (PVB). Nesse sentido, além dos vidros citados acima, existem pesquisas explorando o aerogel no preenchimento de vidros insulados, para aumentar o isolamento térmico e controle de ofuscamento. Na mesma linha também são exploradas as metasuperfícies, que ao serem laminadas entre vidros proporcionam o redirecionamento da luz e calor através do vidro”, cita Westphal.

 

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