Áreas de lazer elevadas têm redefinido o conceito de bem-estar, com conforto, estilo e funcionalidades exclusivas
*Por Emanuelle Ormiga
Nos últimos anos, uma das tendências do mercado imobiliário que têm ganhado espaço nos prédios residenciais do Brasil é subir a área de lazer para o topo dos edifícios. Os rooftops, como também são chamados, é a área do empreendimento de uso coletivo dotada de infraestrutura pensado para funcionar como um refúgio aos moradores do condomínio e seus visitantes e que oferecem diversos benefícios como vista privilegiada, privacidade e tranquilidade.
Esse conceito surgiu nos Estados Unidos, na década de 1980, e foi criado para promover qualidade de vida, lazer e bem-estar das pessoas que residem no local. E dentre os principais diferenciais mais valorizados pelos proprietários está a possibilidade de se desfrutar de um espaço aberto e seguro a poucos passos de casa. “Nós sabemos muito bem o quanto a rotina de trabalho pode ser cansativa e estressante. Por isso, é importante ter um lugar para relaxar e aproveitar momentos de lazer com privacidade e sofisticação”, comenta Paulo Lana, arquiteto do escritório Lana Dumont Arquitetura.
Além dos benefícios que o espaço proporciona, do ponto de vista de investimento, a existência de um rooftop em um empreendimento agrega valor às unidades residenciais. “É um item muito importante e valorizado na hora da revenda, por exemplo. As pessoas têm buscado cada vez mais por esses espaços, principalmente aqueles que desejam adquirir um apartamento em um edifício de alto padrão”, comenta Paulo Muniz, diretor da Conbral. “Ter a ‘um elevador’ de distância uma infraestrutura completa, muitas vezes com piscina, academia e salão de festas, confere aos moradores a comodidade de se morar em uma casa, mas com a vantagem da segurança de um apartamento”.
De acordo com Felipe Melazzo, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), os imóveis em Goiânia valorizaram em média 18%, em 2023 e, na percepção dele, os prédios com a presença dos rooftops, que já são mais de 30, tiveram valorização acima da média, com quase 25% a mais no valor do metro quadrado. “É um elemento de design que expande a experiência dos moradores, assim como demonstra uma evolução expressiva no mercado imobiliário de Goiânia em consonância às tendências contemporâneas de estilo de vida e arquitetura a nível global”, diz.
Neste contexto, Fernando Razuk, CEO da Somos Desenvolvimento Imobiliário, destaca o sucesso de um empreendimento no setor Marista, lançado em 2019. “Com a incorporação de um rooftop sofisticado, o projeto não só elevou o nível de vida dos moradores, mas também resultou em uma valorização expressiva do imóvel, de modo que o preço do metro quadrado no Elev Marista mais do que dobrou, após a introdução do rooftop, saltando de aproximadamente R$5,3 mil para R$11 mil”, afirma o executivo. “Repetimos o conceito também no Parque Amazônia, em um empreendimento que lançamos no final de 2020. Lançamos o empreendimento com preço do metro quadrado de R$4,2 mil e entregamos o empreendimento este mês, com os apartamentos valendo, em média, R$7,3 mil o metro quadrado”, complementa Razuk.
VISTA PRIVILEGIADA
Antes, apenas os residentes dos andares mais altos tinham acessos às vistas mais belas, com o rooftop todos podem aproveitar e usufruir do espaço. Em Brasília, um dos empreendimentos que possui uma vista privilegiada é o Ennius Muniz Residencial, no Noroeste. O edifício está localizado em um dos últimos terrenos com vista livre para o Parque Burle Marx. Lana conta que o horizonte do parque foi a “espinha dorsal” do projeto. “Todos os ambientes foram projetados de forma linear e voltados para essa vista, que é privilégio de poucas projeções do setor Noroeste”, afirma.
O diretor da Conbral aponta que a cobertura de alto padrão foi criada para quem busca morar com estilo, conforto, inovação e modernidade. “Estamos estabelecendo um novo modelo de excelência no panorama imobiliário de elite em Brasília”, afirma. No rooftop do residencial estão localizados os wine bar, academia, sauna, duas churrasqueiras e piscina aquecida.
Ennius Muniz Residencial. Reprodução: Conbral
INVESTIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
Marcelo Moreira, diretor comercial da CMO Construtora, salienta que fatores como inovação e sustentabilidade aplicados aos rooftops contribuem não só para a valorização imobiliária, como impulsionam a evolução do segmento. “Nossa estratégia de incluir rooftops nos projetos vai além de uma simples tendência, é uma iniciativa consciente para promover um uso mais eficiente do espaço urbano, elevando assim a qualidade de vida na cidade,” afirma. O executivo exemplifica a aplicação no projeto do Residencial Viverde Areião, onde foram instalados painéis de energia fotovoltaica no rooftop, o que garantiu uma significativa redução dos custos energéticos nas áreas comuns do edifício.
Para Marcelo, tal evolução ressalta o crescente interesse do mercado por espaços únicos e multifuncionais. Outro exemplo de sucesso é o projeto Ritmo Bueno, que teve uma valorização de 100% em três anos. “O rooftop do Ritmo Bueno inclui um espaço livre para videoconferências e transmissões ao vivo, aliado a um coworking, com salão de festas e churrasqueira, além de uma academia. A possibilidade de fazer atividades com uma vista de 360º da cidade é um diferencial”, exemplifica.
No mesmo caminho, Camila Inácio, diretora de empreendimentos da Consciente Construtora e Incorporadora, também destaca as iniciativas ecológicas implementadas. “Nosso foco é harmonizar estética, funcionalidade e responsabilidade ambiental. Iniciamos a incorporação de rooftops em Goiânia, em 2006, com o projeto Solar Universitário, inspirados pelo feedback de um cliente. Desde então, temos explorado diversas funcionalidades para estes espaços, incluindo áreas gourmet e academias”, explica. Para ela, com o passar do tempo, houve uma inversão na preferência por espaços abertos em relação aos cobertos, refletindo a valorização crescente dos ambientes externos.
Fonte: Conbral/Profissionais do Texto e Kasane Comunicação
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