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QUAL O IMPACTO DO METAVERSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL?

Atualizado: 9 de mai. de 2022

João Teodoro da Silva, presidente do Cofeci, traz um panorama de como a tecnologia funciona na prática no setor


Por Stephanie Fazio


Reprodução: X2 Inteligência Digital

Imagine um mundo virtual, como um videogame, que funciona como um espelho da nossa realidade, essa é a descrição que a Roca Cerámica faz do metaverso. “É como se fosse uma nova camada da realidade, que integra os mundos real e virtual”, diz João Teodoro da Silva, presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci). Na prática, esse é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada e hologramas.


Ainda segundo o site, a grande novidade que fará o metaverso crescer e se popularizar nos próximos anos será o desenvolvimento de uma internet mais rápida, com capacidade de processamento para conseguir integrar plataformas. Atualmente, vários jogos já utilizam a tecnologia, como o Minecraft, Roblox e Fortnite. Além disso, a popularização da tecnologia 5G, que viabiliza uma internet mais rápida, e a inserção de grandes empresas nesse mercado, como é o caso da Meta, que controla o Facebook e o Instagram, trazem um cenário positivo.


De acordo com o portal Olhar Digital, a solução está sendo utilizada na construção civil para apresentar lançamentos de empreendimentos por meio de ferramentas virtuais, que eliminam a necessidade da presença física. As interações acontecem por meio de avatares, computadores, óculos de realidade virtual, fones, entre outros meios que auxiliam na imersão.


No caso das esquadrias, como em qualquer outro tipo de produto, esta tecnologia poderá ser utilizada para mostrar a aplicação dos modelos, acabamentos e revestimentos até no próprio projeto do cliente, segundo o representante da associação. “Ele não precisará ir até a loja e poderá interagir com o vendedor, avaliando e discutindo online e em tempo real as opções disponíveis”, descreve.


No caso das fachadas, o cliente também poderá argumentar várias ideias, online e em 3D, com seu arquiteto. Para Silva, esse formato de interação facilitará muito sua tomada de decisões. Os arquitetos, engenheiros, designers e outros criadores e pesquisadores poderão conectar as principais ferramentas de design, ativos e projetos para colaborar e interagir em um espaço virtual maleável, sem os limites do físico e compartilhados.


O presidente destaca que o metaverso será um espaço a mais para atendimento ao cliente, para venda e locação de imóveis (tanto no mundo virtual como no real), com uma interação ainda melhor do que hoje se proporciona com ferramentas como o Meet, Zoom ou Whatsapp, já que o cliente poderá ter um contato tridimensional em tempo real, mas sem sair da sua casa ou escritório. Ele comenta que os corretores de imóveis, arquitetos e engenheiros podem prestar seus serviços de forma a atender muitas pessoas em menor tempo, superando as barreiras geográficas e da física.


“Especialistas preveem que o metaverso se tornará uma economia totalmente funcional nos próximos anos, proporcionando uma experiência digital em sincronia e tão entrelaçada em nossas vidas quanto o e-mail e as redes sociais atuais, é apenas uma questão de tempo”, compara Silva.

LIGAÇÃO DO BIM COM O METAVERSO


Reprodução: Roca Cerámica

O Building Information Modeling (BIM) já existe há cerca de dez anos e vem sendo cada vez mais utilizado na construção civil como um instrumento desenho tridimensional de visualização do conteúdo construtivo de edifícios, como componentes hidráulicos, elétricos e outros. No metaverso, o BIM mostrará tudo o que mostra no plano em 3D, no espaço, sob todos os pontos de vista possíveis, como se fosse palpável, real, simulando inclusive comportamentos reais de forma digital.


Ele relata que já existem bairros e cidades virtuais nos quais “terrenos” (espaços virtuais) são comercializados por elevados valores, como se fosse no mercado imobiliário real. Silva observa que marcas famosas também têm lojas no metaverso, onde proporcionam experiências em 3D aos seus visitantes, com atendimento e venda de produtos. “O metaverso pode proporcionar experiências de novos estilos de vida e ajudar na criação de projetos mais inclusivos e responsáveis. As possibilidades são infinitas!”, acrescenta.


NA PRÁTICA: AS EXPERIÊNCIAS IMOBILIÁRIAS


Com a pandemia, os corretores de imóveis passaram a utilizar as tecnologias para atender seus clientes e este foi apenas o início de um processo que vai crescer e se intensificar. Ele detalha que não será necessário, por exemplo, ir até o plantão de vendas e visitar um apartamento decorado. “Será possível, inclusive, ver seu imóvel já decorado de acordo com as próprias necessidades e sonhos, de forma personalizada, avaliando de maneira concreta se o seu sonho cabe ou não naquele imóvel. A tendência é que todas estas tecnologias continuem evoluindo e fazendo parte do dia a dia do cliente e dos profissionais”, analisa.


Entre as empresas do segmento de construção civil que já atuam nessa nova versão está a Roca Brasil Cerâmica, que escolheu o metaverso para apresentar lançamentos em março de 2022, sendo a primeira deste setor a utilizar a estrutura, conforme a marca. Uma plataforma exclusiva e personalizada, com capacidade para que 3 mil pessoas experimentassem um evento disruptivo e imersivo foi criada pela empresa.


Silva conta que, recentemente, uma pessoa comprou um terreno no Snoopverse, mundo virtual que o rapper Snoop Dogg está desenvolvendo dentro do The Sandbox, mundo virtual onde os jogadores podem construir e monetizar suas experiências de jogo no blockchain, por US$ 450 mil (R$ 2,5 milhões).


Outro caso citado pelo presidente foi o de uma imobiliária focada na economia do metaverso, que comprou um terreno em Decentraland, outra plataforma virtual, por US$ 2,43 milhões (R$ 13,8 milhões). “Em junho de 2021, o fundo de investimento imobiliário digital Republic Realm gastou o equivalente a mais de US$ 900 mil (R$ 5,1 milhões) para comprar um token não fungível (NFT, ativo digital que representa objetos do mundo real, como arte, música, entre outros), representando um terreno em Decentraland. De acordo com o DappRadar, site que rastreia os dados de vendas de NFT, essa foi a compra mais cara de terrenos na história da Decentraland.


João Teodoro da Silva, presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci)/Reprodução: Assessoria Mafer Comunicação

“Em fevereiro de 2021, a Axie Infinity, outro mundo de jogo virtual, vendeu nove de seus terrenos pelo equivalente a US$ 1,5 milhão (R$ 8,5 milhões), um recorde, segundo a empresa, antes de um lote ter sido vendido por US$ 2,3 milhões (R$ 13,1 milhões) em novembro de 2021”, aponta Silva.


Ele explica que para garantir que os imóveis digitais tenham valor, a oferta é limitada (conceito denominado como valor de escassez). Por exemplo, a plataforma virtual Decentraland é composta de 90 mil peças ou "parcelas" de terreno, cada uma com cerca de 15 m². Em sua visão, todos deveremos nos preparar para conhecer e utilizar as ferramentas disponibilizadas. “Quem chega primeiro sempre tem maiores vantagens!”.


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