John Ruskin, escritor, filósofo, crítico social, de arte e de arquitetura, em seu seminal The Seven Lamps of Architecture (1849), dizia que somente edificações em ruínas preservariam nossas percepções passadas e, simultaneamente, nos permitiriam enfrentar nosso estado de mortalidade.
Nesse sentido, as manchas de tempo e escombros eram testemunhais cruciais para demonstrar o envelhecimento na arquitetura que, em sua concepção, atingiam uma estética entre o sublime e o exótico. Ainda que esta seja uma opinião um tanto contraditória, a ideia de considerar como uma edificação irá perdurar no tempo vem ganhando mais atenção.
SOLUÇÕES
É notório que alguns materiais envelhecem melhor que outros: enquanto uma parede branca rebocada rapidamente apresenta trincas e manchas, um muro de pedra parece melhorar com os anos, se fundindo com o seu entorno, por exemplo. O tempo traz matizes novas, conta a história do que passou e dá autenticidade às superfícies.
Essas características exclusivas geralmente são próprias de produtos naturais, com baixo índice de processamento, como a madeira, o zinco, o aço e o cobre. Mas no mercado já há produtos que trazem essa peculiaridade de se adaptar conforme o entorno, mimetizando-se ou tornando-se mais destacado.
É essa a ideia por trás do produto Exterior Pro 2.2 Authentic, da Fundermax, distribuidora de revestimentos para fachadas, cujo processo de produção cria tons, nuances de cores e facetas que tornam cada peça única. O produto da empresa austríaca apresenta sua "própria vida” e tem um envelhecimento natural como se fosse uma madeira ou uma chapa de aço corten, conforme o local e as condições a que está exposto. Apesar da mudança estética, isso ocorre sem a perda de nenhuma propriedade funcional da placa, com mínima necessidade de manutenção e protegendo adequadamente o edifício ao longo de sua vida útil, de acordo com a marca.
Reprodução: ArchDaily
Utilizado sobretudo para o revestimento de fachadas, a solução é composta por chapas de HPL (High-Pressure Laminates – Laminados de alta pressão, em português), de variadas espessuras e dimensões, produzidas sob alta pressão e calor. Graças às resinas de poliuretano acrílico duplo, as chapas são duráveis por oferecerem proteção climática e são adequadas para uma variedade de aplicações externas. Também são resistentes a solventes, arranhões, anti-graffiti, bem como fáceis de instalar e limpar.
Enquanto o núcleo é composto de um material retardante de chamas, marrom, a estética das faces abrange os tons terrosos e naturais, com três opções de cores aplicadas às chapas. São:
Authentic Mocca: as nuances escuras do café, com partes mais escuras e outras mais claras, conferindo uma sobriedade;
Authentic Pecan: um tom intermediário, que lembra uma castanha, proporciona uma aparência esteticamente agradável;
Authentic Caramel: se aproximando de um amarelo dourado ou marrom de mel, esta superfície foi inspirada nos doces de caramelo, com seus diferentes tons de cor.
OBRAS
No caso do projeto The Lofts of La Baume, na França, por exemplo, a ideia dos arquitetos era de se mesclar ao ambiente natural montanhoso, ao mesmo tempo que trazia a contemporaneidade do projeto de linhas retas e materiais sóbrios. Foi utilizado um embasamento com pedras claras beges e dos painéis terrosos de HPL, em que as pequenas variações de cores devido a matérias-primas e fatores de produção criam um efeito de visual e organicidade nos painéis de fachada.
Já no Edifício Oscar Ibirapuera, de Perkins&Will, o revestimento utilizado nas fachadas, nas treliças deslizantes, em certos detalhes internos e em elementos do térreo (como defensas e tótens) traz sobriedade e personalidade ao projeto. Neste caso, o escolhido foi o Max Compact Exterior linha nature, cujos matizes terrosos contrastam com o ambiente urbano em que a edificação se localiza.
Reprodução: ArchDaily
Fonte: ArchDaily
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