As obras de restauração e ampliação, que custaram R$235 milhões, incluíram os 7.600 m² das fachadas e 450 esquadrias do edifício
Fechado às pressas há 9 anos por risco de desabamento, e após passar três anos em obras que custaram R$235 milhões, o Museu do Ipiranga, na zona Sul de São Paulo, reabre ao público nesta semana para celebrar o bicentenário da Independência do Brasil.
O agendamento de ingressos para a reinauguração começa nesta segunda-feira (5), pelo site da instituição ou pela plataforma Sympla. Nos dois primeiros meses não será cobrada a entrada, mas os visitantes precisam fazer reserva.
O museu será reinaugurado nesta terça-feira (6) em um evento para convidados. No dia 7, quando o Brasil comemora o bicentenário da independência, o local abre para 200 estudantes de escolas públicas, além de pessoas que trabalharam na obra de reforma e seus parentes. A visitação para o público em geral começará na próxima quinta-feira (8). Até o dia 11, o funcionamento será das 11h às 16h. A partir do dia 13, o horário será ampliado, com o espaço aberto até as 17h.
Em 7 de novembro, o museu começará a cobrar uma entrada de preço equivalente ao dos demais museus públicos, cujo valor ainda não foi informado. Haverá um dia por semana de entrada franca.
Entre os próximos dias 7 e 11 haverá uma programação especial no parque da Independência, em frente ao museu, para marcar a reabertura, com apresentações musicais, shows, projeções e até 'balé', com 200 drones (veja programação completa em: www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/09/museu-do-ipiranga-veja-como-reservar-ingresso-e-a-programacao-de-reinauguracao.shtml).
Entre as novidades do museu está a sala de exposições temporária, com 900 m², equivalente ao tamanho de uma quadra esportiva. Ela fica na área ampliada no subsolo, resultado de uma ampla escavação em frente ao prédio antigo, onde está a esplanada. Essa será a maior das 49 salas expositivas do museu. Esse espaço, no entanto, só estará aberto aos visitantes no início de novembro. A administração do museu aguarda a estabilização do novo sistema de climatização para levar as obras para o local — com duração de quatro meses, a exposição "Memórias da Independência" vai inaugurar esse espaço.
Outro destaque da ampliação, também na porção oeste, é o anfiteatro com cerca de 200 lugares, que será dedicado a palestras, audições e concertos. O auditório também está habilitado para projeção de filmes.
No setor leste do novo espaço estão as salas do departamento educativo, projetadas como "vitrines acústicas", que permitirão ao público observar as aulas do lado de fora.
No edifício-monumento, o destaque é o Salão Nobre, onde estão "Independência ou Morte", a tela de Pedro Américo, e outras pinturas de valor histórico.
Na ampla área de recepção, chamada de "espaço de acolhimento", estão a bilheteria, banheiros, guarda-volumes e bancos para descanso. A previsão da administração do museu é que um café e uma loja comecem a funcionar neste local em janeiro do ano que vem.
DETALHES DA OBRA
Desde outubro de 2019, o prédio, que foi inaugurado em 1890, tem passado por uma reforma total, com reparos em todos os detalhes da arquitetura, incluindo os 7.600 m² das fachadas que, pela primeira vez em sua história, passaram por limpeza, decapagem, recuperação dos ornamentos, aplicação de argamassa, tratamento de trincas e pintura.
Outro quesito essencial no projeto são os métodos para prevenção de incêndios. O sistema de sprinklers adotado é do tipo “pré-ação” com tecnologia que antevê alarmes falsos, evitando disparos acidentais. Já o sistema de detecção de fumaça utiliza a técnica de aspersão (sucção do ar em intervalos fixos) para constante análise, podendo identificar partículas de resíduos queimados que podem prenunciar um incêndio. Os sistemas comuns de detecção de fumaça são acionados apenas em caso de muita fumaça, ou seja, após o incêndio ter tomado certa proporção. Dessa forma, com a técnica de aspersão, garante-se a proteção do prédio por meio de um sistema mais efetivo.
O edifício-monumento foi totalmente restaurado em sua fachada e no interior e, agora, terá um mirante no topo, que promete ser uma atração disputada. Ele fica no espaço vazio entre as fachadas do coroamento da torre central e tem guarda-corpo de vidro, que permite uma visão 360º de São Paulo.
Segundo informação publicada no início de fevereiro último nas redes sociais do Museu, houve a restauração das 450 portas e janelas do edifício, uma das etapas da fase de finalização. “Todas as portas e janelas foram retiradas, levadas à oficina de restauro montada dentro do canteiro de obras, e estão sendo recolocadas em seus locais de origem”, informou o comunicado.
“Como a instalação de ar-condicionado descaracterizaria o edifício-monumento, optou-se pelo uso de vidros de baixa emissão, que refletem o calor para o lado de fora”, acrescenta o comunicado, lembrando que nas loggias (grandes varandas laterais que existem no prédio) as grades das portas estavam sendo fixadas, e as folhas de madeira e os vidros instalados.
Fontes: Folha de S.Paulo e Jornal da USP
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