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DIA MUNDIAL DA ÁGUA: A IMPORTÂNCIA DO RECURSO NOS PROJETOS URBANOS

Equipe Contramarco

Entenda por que projetos como o Vivapark Porto Belo, em Santa Catarina, não correm risco de alagamentos e enchentes


Reprodução: Vivapark Porto Belo/Agência Casa

Os recentes problemas causados pelas alterações climáticas e o volume anormal de chuva em todo o território brasileiro vêm trazendo luz à questão que deve se tornar prioritária nas reflexões do Dia da Mundial da Água, comemorado em 22 de março: a urgência em se repensar o planejamento das cidades.


Jaime Lerner, arquiteto e urbanista reconhecido no mundo, criou um dos projetos urbanos mais eficientes do país e que até hoje é considerado um modelo a ser seguido: a cidade de Curitiba (PR). No viés público, a excelência do urbanismo de Lerner resultou na qualidade de vida que até hoje é realidade para os moradores. Os muitos parques e áreas verdes da capital paranaense desempenham um papel maior do que o lazer, protegendo o leito dos rios e funcionando com contentores para cheias causadas por chuvas fortes.


No viés privado, entretanto, ainda é necessário avançar, especialmente onde há maior densidade populacional e alta valorização imobiliária. O Vivapark Porto Belo, localizado na região que concentra as cidades de metro quadrado mais caro do Brasil, idealizado por Lerner, é uma espécie de oásis em meio ao mar de concreto e arranha-céus da redondeza. “O olhar de Lerner enxergou o futuro”, reflete Mônica Volaco, vice-presidente da Vokkan, empresa desenvolvedora do projeto. “Temos o privilégio de continuar e materializar seu legado neste empreendimento, mas esperamos que essa premissa seja ainda mais difundida. O resultado é uma vida mais harmoniosa, sem agredir a natureza e tampouco ser agredido por ela”, comenta Mônica.


Planejado com base ambiental desde a concepção inicial, o empreendimento mantém intactos 138 mil m² de área verde, o que faz dele o primeiro bairro parque do país. “A região possui um terreno plano, no nível do mar e com lençol freático aflorado. Tivemos uma atenção ainda maior em relação à presença da água ao desenhar o bairro”, comenta Débora Ciociola, umas das arquitetas que lidera o escritório Jaime Lerner Associados.


Curitiba e o Vivapark Porto Belo, avalia a arquiteta, têm soluções similares para problemas que podem ser causados pelo crescimento que não respeita os cursos naturais d’água. “O conjunto funciona como um grande sistema de absorção da água da chuva, integrado à paisagem urbana”, diz. “Pensamos numa solução sistêmica e integrada em que diversas áreas permeáveis pudessem absorver a água, além de um grande parque verde central com uma lagoa de contenção para onde o excesso de água é conduzido”.


A VEGETAÇÃO COMO ALIADA


A vegetação é outro elemento central na concepção do bairro catarinense, uma vez que a cobertura vegetal tem a capacidade de reter parte da água das chuvas, que chegará posteriormente aos lençóis freáticos e rios. A paisagista Juliana Castro, do escritório JA8 Arquitetura Viva, enxerga nas plantas nativas da região o grande trunfo para compor o melhor cenário. “São espécies melhor adaptadas ao microambiente”, diz. No Vivapark, a arborização é composta por plantas nativas da Mata Atlântica, o bioma predominante na costa brasileira. “Incorporar esses elementos naturais é parte do processo de compreensão do meio. Vai além do propósito ornamental no paisagismo, pois também desempenha um papel ecológico”, comenta Juliana.


REDUÇÃO DE DESPERDÍCIO DE ÁGUA


O aproveitamento correto da água também é uma das premissas do planejamento do Vivapark Porto Belo, segundo Mônica Volaco. “Dados apontam para um desperdício de mais de 39% da água potável no Brasil”, lembra a executiva, referindo-se a dados divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) em 2019.


Boa parte desse volume é perdido devido à precariedade da infraestrutura de saneamento do país, “isso não é apenas responsabilidade do poder público, são escolhas feitas por empresas privadas em seus próprios empreendimentos", afirma a executiva. No Vivapark Porto Belo foram feitos investimentos em um sistema de tubulação de Polietileno de Alta Densidade, que é capaz de mitigar expressivamente o nível de desperdício, explica.


Além disso, todas as casas e empreendimentos do bairro são estimulados a cumprir alguns critérios tidos como essenciais para o manejo adequado dos recursos hídricos. “A captação da água da chuva, por exemplo, é uma medida simples e de baixo custo que gostaríamos de ver em todas as casas e edifícios", conta Mônica.


O cuidado ambiental no Vivapark Porto Belo fez dele o primeiro projeto do mundo a atingir o nível platinum no selo LEED for Communities: Plan and Design, a principal certificação global de sustentabilidade e qualidade de vida. O bairro recebeu também o prêmio Architecture, Construction & Design Awards (ACD Awards), na categoria Melhor Design Urbano, realizada pelo Rethinking the Future (RTF), organização internacional que mapeia e premia projetos de arquitetura e design em todo o planeta.


Além disso, o projeto foi um dos sete selecionados para representar o país no MIPIM, o maior evento global do setor imobiliário que aconteceu neste mês de março, em Cannes, na França. A seleção é feita pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) em setores relacionados à infraestrutura, soluções sustentáveis e mobilidade.


“Precisamos repensar nossas cidades e o tipo de vida que queremos ter e oferecer às próximas gerações. Pensar na água e tudo o que envolve um ambiente urbano são questões prioritárias e devem ser debatidas no âmbito individual, público e também privado. Espero que o Vivapark seja apenas o início de novos modelos de urbanismo não só em Santa Catarina, mas em todo o país”, conclui Mônica.


Fonte: Vivapark Porto Belo/Agência Casa

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