Diante da forte onda de calor, Serviço Social da Construção (Seconci-SP), Sindicato da Construção (SindusCon-SP) e Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) decidiram realizar uma campanha incluindo a emissão de comunicado conjunto, com recomendações para a preservação da saúde dos colaboradores das empresas nos canteiros de obras.
A decisão foi tomada em 14 de novembro, em reunião do Fórum Permanente de Negociação, criado por Sintracon-SP e SindusCon-SP, e contou com a participação do Seconci-SP.
Participaram da reunião, pelo Seconci-SP, Haruo Ishikawa, membro do Conselho Deliberativo da entidade e vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP; Alexandre de Castro Costa, gerente Médico Ambulatorial; e José Bassili, gerente de Segurança Ocupacional. Entre outros, também participou Antonio Ramalho, presidente do Sintracon-SP.
É a seguinte a íntegra do comunicado conjunto:
ONDAS DE CALOR: PRESERVE A SAÚDE DOS COLABORADORES NOS CANTEIROS DE OBRAS
Diante das ondas de calor que tendem a persistir nos próximos meses, as entidades dos trabalhadores e das empresas do setor da construção e incorporação recomendam fortemente a adoção das seguintes medidas para a preservação da saúde dos profissionais nos canteiros de obras:
Fornecer protetores solares, exigência prevista nas Convenções Coletivas de Trabalho;
Fiscalizar se os empreiteiros estão fornecendo protetor solar;
Conscientizar os trabalhadores sobre o uso adequado do protetor solar;
Hidratação é fundamental! Disponibilizar, de forma regular e abundante, água potável para os colaboradores, atendendo ao disposto na Norma Regulamentadora (NR) 18: para cada 25 funcionários, deve haver um bebedouro, com água filtrada e fresca. Para utilizá-lo, o funcionário deve se deslocar menos de 100 metros na horizontal e 15 metros na vertical. Se a água for servida em recipiente, ele deve ser portátil e hermético. É proibido o uso de copo coletivo;
Conscientizar os colaboradores sobre a importância de se hidratar frequentemente;
Providenciar proteção para nuca e orelhas, para trabalhadores expostos ao sol;
Incluir recomendações sobre estes cuidados nos Diálogos Diários de Segurança (DDSs), enfatizando: bebidas alcoólicas não hidratam, ao contrário: desidratam; uso adequado de EPIs e de protetor solar;
Instalar, se possível, tendas para descanso e hidratação nas fases iniciais da obra, quando há muita exposição ao sol, na ausência de área sombreadas;
Evitar superlotação dos vestiários e refeitórios, fracionando horários, como foi feito na pandemia;
Instalar ventilação mecânica nos refeitórios. Climatizadores e umidificadores não são recomendados, devido ao risco de umedecerem os uniformes e provocarem micoses;
Adotar ventilação natural cruzada, se possível;
Melhorar a ventilação nos vestiários, seguindo as disposições da NR 18;
Aplicar tintas claras e reflexivas sobre as estruturas das áreas de vivência, se possível;
Ajustar os horários de trabalho, se possível, para evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, a critério da empresa, principalmente entre 12h e 13h;
Dar atenção especial aos colaboradores mais suscetíveis ao calor – como os que têm hipertireoidismo, diabetes, obesidade, ansiedade –, bem como a idosos e mulheres grávidas;
Considerar a aquisição de novos uniformes com tecidos mais leves;
Em função das fortes rajadas de vento, encunhar as estruturas com madeira até a execução definitiva da alvenaria;
Impedir o acúmulo de águas paradas nos canteiros de obra, para evitar a proliferação de mosquitos que transmitem dengue, zika e chikungunya;
Realizar avaliações e monitoramentos constantes das condições de trabalho, para identificar melhorias e ajustes que se façam necessários.
Fonte: Seconci-SP
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