Segundo especialista, tecnologia ainda trará avanço da Engenharia 4.0, potencializando recursos já existentes, como a IOT e o BIM
O setor de engenharia e construção é historicamente analógico e com alta utilização de mão de obra operacional. A digitalização dos processos, acelerados pela tecnologia do 5G, será capaz de tornar esse mercado mais produtivo, seguro e sustentável. A ultravelocidade deve proporcionar ainda mais avanço na Engenharia 4.0.
“Já está ocorrendo uma transformação e, nos próximos anos, será impossível falar dos avanços da Engenharia 4.0 sem falar do 5G. Tudo está interligado e será possível potencializar muitas das soluções existentes hoje e também criar novas ferramentas”, afirma André Medina, gerente de inovação da Andrade Gutierrez que, desde 2018, está à frente do Vetor AG, programa de inovação aberta da construtora, acompanhando de perto as evoluções tecnológicas dentro e fora do setor.
Uma das grandes expectativas é para a utilização do 5G dentro dos canteiros de obras, que poderão se tornar inteligentes, ou seja, mais automatizados, conectados e monitorados. “Essa conectividade e a rastreabilidade que ela permitirá sobre equipamentos, materiais e pessoas trarão dados e estatísticas em tempo real que serão úteis na redução de custo das obras, aumento de produtividade e tomada de decisões, além de impactar a segurança do trabalho de forma positiva, por meio da conectividade aplicada em equipamentos de proteção”, prevê o executivo.
SOLUÇÕES COMO O BIM DEVEM SER ACELERADAS
Medina explica que o 5G poderá acelerar diversas soluções já existentes, como a Internet das Coisas (IOT), automação, virtualização e até mesmo o BIM (Building Information Modeling - Modelagem de Informação da Construção, em português). “O 5G abre caminho para que essas e outras tecnologias sejam melhor aproveitadas. É o caso de drones, sensores e qualquer outro aparelho que necessite de conexão com a internet. Todos serão beneficiados com a ultravelocidade, que proporcionará um tempo de resposta muito menor em comparação com o 4G”.
O BIM é uma representação digital de uma construção em todo o seu ciclo de vida, ou seja, desde a fase de projeto e planejamento até a construção e operação. Com o 5G, a expectativa é de um gerenciamento ainda mais apurado das informações geradas por meio do BIM, permitindo um acompanhamento e planejamento ainda melhores de cada obra. “Com o BIM conseguimos fazer projetos muito mais detalhados, unindo informações à modelagem 3D. Assim, é possível reduzir danos e tornar a etapa do planejamento mais eficiente. Com o 5G, isso tende a ser potencializado”, aposta Gustavo Brito, gerente de implementação de processos digitais e uso BIM da Andrade Gutierrez.
A implantação do 5G nas capitais do Brasil estava prevista para o mês de julho, mas foi adiada em 60 dias, para 29 de setembro. Até o momento, a tecnologia está disponível nas cidades de Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). As próximas cidades a implementar a tecnologia devem ser Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Goiânia, todas sem data definida, conforme o portal TechTudo.
Fonte: Agência NoAr
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