por Marcus Granadeiro*
As expectativas com relação ao 5G têm envolvido diferentes setores, entre eles o da engenharia e construção, que nos últimos anos vêm avançando com novas tecnologias para a digitalização de canteiros. Quando pensamos em transformação digital nessa área, estamos tratando do uso de dados e, dentro deste aspecto, a cultura "data driven" (processos organizacionais orientados a dados) pega carona em iniciativas como o Building Information Modelling (BIM ou Modelagem de Informações da Construção), que vem ganhando espaço no mercado, principalmente agora com a obrigatoriedade da sua adoção, desde janeiro nas execuções diretas ou indiretas de obras e serviços de engenharia realizadas pelos órgãos ou pelas entidades da administração pública federal. Se estamos falando de um modelo integrado como o BIM, para que sua real aplicação ocorra, é necessário conectar diferentes tecnologias e, consequentemente, inúmeros dados para que a modelagem digital aconteça. Um dos exemplos é a nuvem de pontos, que funciona a partir de um equipamento a laser. Em movimento, a luz do laser capta inúmeros pontos de um ambiente para formar uma superfície, que será a base para o modelo digital, levando ao BIM ainda mais precisão na modelagem. Porém, a nuvem de pontos captada numa obra gera um arquivo pesado, que atualmente, com o uso do 4G, é impossível transferir para uma aplicação móvel instalada num smartphone, por exemplo. É aí que a velocidade de download e navegação do 5G, que aumentará de 10 a 20 vezes em relação à banda atual, trará economia de tempo e dinheiro ao setor da engenharia. O ganho de agilidade com essa conexão resultará na redução de erros, esforços desnecessários e retrabalhos, além de transformar o canteiro de obra num verdadeiro ambiente digital. Na esteira da digitalização, o avanço na transferência e no uso de dados do setor também permitirá que tecnologias como o Deep Learning, que promove análises mais profundas a partir do uso da Inteligência Artificial (IA) e do Machine Learning (ML), apoie às decisões relacionadas a suprimentos, ao planejamento, à supervisão da obra e ao gerenciamento de contratos, sem falar do projeto em si. Ou seja, o setor de engenharia e construção pode obter inúmeros benefícios tanto em agilidade quanto em custo envolvidos no gerenciamento de obras e no envolvimento de pessoas com a chegada do 5G. Agora é só esperar por esta nova cobertura! *Marcus Granadeiro é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, presidente do Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de engenharia e membro da ADN (Autodesk Development Network) e do RICS (Royal Institution of Chartered Surveyours). Fonte: Construtivo/Image Comunicação
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