CONTRAMARCO — Descreva, de forma resumida, sua trajetória na indústria de esquadrias de alumínio, especialmente como diretor do Grupo Gattera.

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FILIPE GATTERA — Sou graduado em Administração Pública, e pós-graduado em Gestão Empresarial e MBA Executivo Internacional. Possuo mais de 25 anos de experiência empresarial à frente da Gattera Alumínio, administrando nosso segmento da indústria de esquadrias de alumínio, sempre buscando a melhoria contínua da empresa através do desenvolvendo de produtos e processos, da melhoria da qualidade de produtos e serviços prestados, do investimento em capacitação profissional e de novas tecnologias. 

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CONTRAMARCO — Com certeza, sua experiência como empresário no segmento irá contribuir positivamente para sua gestão na Afeal.

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FILIPE GATTERA — Atuamos no segmento de esquadrias especiais e de fachadas, conheço as dificuldades e as dores dos nossos associados. Dificuldades com concorrência de produtos não conformes, contratos, administração de obras, são alguns dos problemas comuns do nosso setor, e que administro. No entanto, nosso Grupo atua de forma expressiva também no setor de distribuição de perfis de alumínio e distribuição de vidros para todo o interior de São Paulo. São experiências diferentes, atuando no atendimento ao fabricante de esquadrias, proporcionando uma visão mais abrangente do setor como um todo. Pretendo trazer esta bagagem de conhecimento para a Afeal e agregar valor para nossa entidade. Acredito que juntos podemos conciliar interesses e boas práticas para aprimorar nosso setor, trazendo mais informação, união e reconhecimento para o segmento e também para a Afeal.

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CONTRAMARCO — Em sua visão empresarial, a indústria de esquadrias de alumínio está em um momento positivo? É possível antever crescimento no curto ou médio prazo nesta área, diante do panorama atual da construção civil no Brasil?

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FILIPE GATTERA — Sim. A projeção otimista da Afeal para o ano de 2022 é de crescer no mínimo 4,5% sobre 2021; outro dado importante para o nosso setor é a projeção do crescimento do PIB da construção, de 7% para o mês de dezembro de 2022. São dados que a curto prazo contribuem para uma expectativa positiva, incentivando empresários do segmento a inovarem e aumentarem seu marketshare mediante as necessidades das construtoras, das incorporadoras e dos consumidores finais. 

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CONTRAMARCO — Quais seriam as preocupações a enfrentar durante o próximo biênio?

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FILIPE GATTERA — Uma das principais preocupações da indústria de esquadrias de alumínio é a volatilidade da cotação do metal alumínio na bolsa de Londres. Estamos diante de uma crise, guerra entre a Rússia e a Ucrânia, provocando altas nas commodities, e influenciando na cotação do barril de petróleo,o que acaba impactando nos custos das matérias-primas. Outro fator importante é a transição política que estamos passando, que afeta as expectativas do mercado, influenciando diretamente o câmbio. Outro fator que pesa do outro lado da balança é a desaceleração das vendas de imóveis no último trimestre de 2022, somado à desaceleração da economia mundial, com destaque para a redução de crescimento do PIB da China, que segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta em 3,2% o crescimento para o ano de 2022, melhorando para 4,4 % em 2023. De maneira geral, nossas expectativas são muito positivas, o resultado positivo no volume de lançamentos e vendas do setor imobiliário, tanto no segmento CVA (Casa Verde Amarela) quanto no MAP (Médio Alto Padrão) sinalizam um ano de 2023 promissor para a indústria de esquadrias. No entanto, a alta de custos dos insumos da cadeia da construção aliado à dificuldade das construtoras em adotar integralmente este percentual de aumento no preço de venda dos imóveis, exigirão mais eficiência das empresas a fim de minimizar este impacto de custo. Neste contexto, a Afeal possui um papel de destaque, auxiliando nossos associados na capacitação dos seus colaboradores, através da nossa Academia Afeal, dos cursos, palestras e treinamentos fornecidos pela entidade; bem como através do Programa Setorial da Qualidade (PSQ), programa no qual além de qualificar empresas e produtos, auxilia o setor de esquadrias de alumínio no combate à não conformidade, e com isso elevando a qualidade para o nosso setor.

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CONTRAMARCO — Ao assumir o cargo de presidente executivo da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) quais são as principais diretrizes já traçadas para a gestão 2023-2024?

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FILIPE GATTERA — • PSQ – Esta é uma bandeira muito importante da Afeal, uma luta de anos que, durante esta nova gestão, continuaremos dando prioridade. O Programa Setorial da Qualidade (PSQ) é uma notável ferramenta de organização setorial, uma ferramenta que eleva “a régua” para o produto esquadrias de alumínio no mercado. Nós temos a ideia de fortalecê-lo. Vamos continuar batendo nesta importante tecla.

• Atuação institucional – A Afeal vem desenvolvendo um excelente trabalho em parceria com outras entidades de classe. Cito aqui alguns exemplos: Abramat, Fiesp, Secovi, SindusCon-SP, Abrainc, Anamaco, ABNT, Concic, Siamfesp, Abividro, entre outras entidades. Fortalecer nossa representatividade, organizar interesses comuns, tudo isso colabora para que nossas demandas sejam ouvidas quando atuamos frente ao poder público e à sociedade. Dar continuidade a este trabalho institucional é primordial para o sucesso da Afeal. O grupo “Construção é +” (*) é outro importante meio de articulação, estamos unidos para representar bem o setor também na transição para o novo governo no Brasil.

• Aumentar o número de associados – Nossa ideia é continuar buscando aumentar os benefícios em ser um associado Afeal, para que sejamos cada vez mais reconhecidos como uma entidade que agrega valor ao nosso segmento, ao dia a dia do empresário, facilitando sua vida e organizando nossa indústria. 

• Transmitir o valor da nossa entrega – A Afeal tem muita entrega. Eu quero me comprometer a colaborar para que quem não é necessariamente próximo a nós, que está mais ligado à entidade, conheça tudo que a gente faz e perceba o valor de participar da Afeal. Com as plataformas digitais, podemos estar cada vez mais próximos da nossa associação. A pandemia fez isso. Democratizou a participação de associados mais distantes. Queremos mostrar para todos, associados ou futuro associados, tudo que a gente faz para que eles saibam que terão retorno ao participar da nossa associação. Temos o desafio de continuar produzindo e fazer com que todos enxerguem todo o valor do nosso trabalho.